Durante os últimos dez anos, apenas seis municípios portugueses registaram um aumento do número de crianças residentes (até aos 14 anos de idade). Foi o que avançou o Jornal de Notícias, dando também destaque a um contraciclo explicado, em parte, pelas migrações, graças aos nascimentos de mães estrangeiras.
Os municípios que se destacaram neste sentido são: Vila do Bispo, com um aumento de 19,3% da população desta faixa etária, Aljezur (+15,87%), Vila Velha de Ródão (+10,27%), Montijo (+5,96%), Odivelas (+1,55) e Madalena (+0,46%). Os três primeiros concelhos enumerados verificaram o impacto deste número no aumento da população residente.
Segundo o Jornal de Notícias, o contraciclo verificado nestas zonas em específico, é em parte explicado pelas migrações, já que 13,6% do total de nascimentos registados foi de mães estrangeiras, já que são zonas com alta percentagem de migração. No caso específico de Aljezur, o aumento do número de crianças atinge os 58,7%. Em Vila do Bispo, no Algarve, atinge os 41,1%.
Em declarações ao Jornal de Notícias, a demógrafa Maria João afirma que “a única forma que temos de não perder tanta população é tendo saldos migratórios positivos, essencialmente de tipo laboral, porque vai contribuir para reforçar as idades centrais, férteis, refletindo-se nos nascimentos, contribuindo para que a população mais jovem não diminua ou até aumente”.
A especialista diz que até 2040 a população portuguesa vai continuar a envelhecer, e que os movimentos migratórios poderão atenuar a intensidade do processo. O jornal diário abordou também outro ponto interessante deste levantamento: dos 10 concelhos com mais jovens entre os 0 e os 14 anos, sete estão na Área Metropolitana de Lisboa.
Ainda assim, de acordo com o número de “testes do pezinho” realizados este ano, nasceram mais bebés em Portugal. Entre janeiro e setembro de 2022 foram rastreados, usando este teste, 62.001 recém-nascidos, com Lisboa, Porto e Setúbal a serem os distritos onde se verificaram mais nascimentos.
Segundo dados do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), 2022 parece assim quebrar o mínimo histórico registado em 2021, ano em que se registou o valor mais baixo de nascimentos. Pela primeira vez na história do país, nasceram menos de 80 mil crianças num ano.
21 de dezembro 2022