A teoria do apego (attachment parenting) é uma teoria proposta pelo pedopsiquiatra Jonh Bowly, que defende que todas as crianças (à exceção de casos patológicos) estabelecem um apego que pode ser seguro ou inseguro.
O apego seguro depende da atenção que é dedicada ao bebé/criança mais propriamente, na rapidez e na eficácia com que os pais atendem as suas necessidades, aceitando os sentimentos do bebé/criança e dando-lhe consolo e segurança.
O apego seguro desenvolve-se quando os pais aceitam as necessidades do bebé/criança e se comportam serenamente, respeitando as necessidades, receios e inseguranças dos filhos.
Segundo o psicólogo chileno Felipe Lecannelier Acevedo, o apego é a relação afetiva mais íntima, profunda e importante que os seres humanos estabelecem. O apego afetivo caracteriza-se por ser uma relação que perdura no tempo, é estável, relativamente consistente e permanente durante a maior parte da vida de uma pessoa.
Atualmente considera-se que o apego é um dos aspetos mais importantes do desenvolvimento infantil pelas seguintes razões:
- O apego é uma necessidade biológica partilhada por todos os seres humanos (tão importante como comer ou respirar). Isto significa que as crianças (e os adultos) necessitam de viver vinculados a outras pessoas que cuidem deles e os desejem.
- O apego é importante porque é “o espaço vital de crescimento da criança”. Isto quer dizer que a qualidade do apego transmitida à criança vai influenciar o modo como se desenvolve e comporta no futuro.
- É o apego que transmite à criança a sensação de segurança, autoestima, confiança, autonomia para enfrentar o mundo, de acordo com a qualidade afetiva que recebe dos pais.
O apego não se forma de um dia para o outro mas no contacto do dia-a-dia na relação que os pais estabelecem com os filhos, desde que nasce até à idade adulta.
Como desenvolver um apego seguro com o seu filho?
A psicóloga canadiana Susan Goldberg sintetiza da seguinte forma o comportamento que os pais deveriam adotar para desenvolver um apego seguro:
1. Prestar atenção
É essencial que os pais/cuidadores aprendam a reconhecer os sinais que sugerem que o bebé está incomodado.
2. Ser responsivo
A criança deve estar consciente que os pais se apercebem do seu mal-estar e que respondem de modo adequado às suas necessidades.
3. Ser consistente
Para que as crianças desenvolvam um sentimento de segurança, os pais devem responder às suas necessidades de modo consistente e previsível.
4. Demonstrar aceitação
As crianças precisam de perceber que os pais/cuidados aceitam o seu mal-estar ou o sofrimento emocional em vez de o condenar ou rejeitar.
5. Consolar
Quando a criança não se sente bem, é importante que os pais a sosseguem e consolem para que se sinta aceite e em segurança.
Referências:
- Artigo “Qué es el apego y cómo podemos fomentarlo con nuestros hijos/as?”, Felipe Lecannelier Acevedo, Director do Centro de Estudios Evolutivos e Intervención en el Niño (CEEIN), Universidad del Desarrollo.
- Série de artigos de Susan Goldberg publicados em About Kids Health. Psicóloga e diretora do Boston Institute for the Development of Infants and Parents.