Oligoidrâmnio é uma doença caracterizada pela acentuada redução do volume de líquido amniótico. Ou seja, o volume do líquido amniótico é muito baixo em relação ao volume normal para a idade gestacional o que pode afetar significativamente o desenvolvimento fetal e a saúde do bebé.
Oligoidrâmnio: redução de líquido amniótico
Diz-se oligoâmnios quando a quantidade de líquido amniótico que banha o bebé é insuficiente em relação ao tempo da gravidez. No fim da gestação, contudo, a quantidade de líquido amniótico diminui proporcionalmente ao crescimento do bebé, o que é uma situação normal.
A maior parte das grávidas com oligoidrâmnio terá uma gestação normal, mas, esporadicamente, pode tratar-se de um sinal da existência de problemas. Se a redução de líquido amniótico ocorrer num estado mais adiantado da gravidez, pode revelar mal-formação nos rins ou do sistema urinário do bebé ou pode estar ligado à rotura prematura das membranas.
Causas de oligoidrâmnio
As principais causas determinantes da oligoidramnia são:
- Rotura prematura das membranas (RPM);
- Insuficiência placentária (causada pelo deficiente fluxo sanguíneo da placenta);
- Anomalias congénitas (como as que comprometem o normal desenvolvimento do sistema urinário fetal ou a obstrução do trato urinário fetal o que faz com que haja menor produção de líquido amniótico);
- Aneuploidias fetais (malformações cromossómicas fetais);
- Uso de medicação pela mãe durante a gravidez (como indometacina, captopril);
- Doença materna (hipertensão arterial, doenças autoimunes).
Sintomas
- Útero mais pequeno que a média para o tempo da gravidez;
- Fundo uterino menor que o esperado para idade gestacional;
- Movimentos fetais menos frequentes;
- Atraso no desenvolvimento fetal.
Diagnóstico de oligoidrâmnio
O diagnóstico de oligoidramnia baseia-se na diminuição da altura uterina, palpação de pequenas partes fetais ou fundo uterino menor que o esperado para idade gestacional.
Contudo, a melhor forma de diagnóstico é por meio da ecografia. De entre as técnicas existentes destaca-se o índice de líquido amniótico, que analisa o volume de líquido amniótico, cujo valor varia de acordo com a idade gestacional. A oligoidramnia é definida quando o somatório é menor ou igual a 5,0 cm.
Consequências para o desenvolvimento fetal
- A compressão do tórax e abdominal fetais, limitam a movimentação do diafragma causando o subdesenvolvimento dos pulmões do feto (hipoplasia pulmonar);
- Alterações na formação do esqueleto fetal devido à compressão do útero sobre o corpo do bebé;
- Restrição do crescimento fetal;
- Malformações fetais;
- Baixo peso ao nascer;
- Aborto;
- Mortalidade perinatal;
- Asfixia neonatal;
- Prematuridade;
- Síndrome do desconforto respiratório após o nascimento;
- Insuficiência renal fetal após o nascimento.
Tratamento de oligoidrâmnio
A quantidade de líquido amniótico depende do estado de hidratação do bebé e, portanto, da mãe. Caso não haja anomalias na ecografia e tudo esteja bem com o desenvolvimento do bebé, pode ser recomendado repouso e a ingestão de água frequente.
Também pode ocorrer oligoâmnios quando o termo da gravidez foi ultrapassado. Neste caso, não existe atraso de crescimento mas a anomalia pode ser sinal de sofrimento fetal o que exige o desencadeamento do parto (parto induzido).
Bibliografia: Repercussões Perinatais do Oligoidrâmnio sem Ruptura Prematura das Membranas Detectado até a 26a Semana de Gravidez Perinatal – Germana Zélia Gomes Bastos, Régis Oquendo Nogueira, Carlos Augusto Alencar Júnior; A Biblia da Gravidez, Anne Deans, Editorial Estampa