Os novos meios de diagnóstico e vigilância pré-natais dão-nos um acesso pormenorizado à vida intra-uterina, mostrando-nos o feto como um ser interativo e competente, capaz de ouvir, ver, mover-se, sentir dor e expressar-se.
É afetado pelo estado físico e psíquico da mãe e interage com o meio envolvente.
Sabia que o bebé aprende antes de nascer?
Os movimentos fetais são visíveis ecograficamente a partir da 7ª semana e são percebidos pela mãe desde o 4º / 5º mês de gestação. São afetados por vários fatores maternos, tais como:
- Consumo de substâncias (tabaco, álcool, sedativos, etc.);
- O nível de atividade materno;
- As emoções maternas.
O feto tem diferentes estados de consciência
São hoje reconhecidos no feto diferentes estados de consciência, desde o sono profundo ao estado de alerta ativo. E existe uma alternância entre os níveis de atividade da mãe e do feto; o feto está mais ativo quando a mãe está em repouso. Quanto aos ritmos de sono, parece existir uma sintonia entre a mãe e o feto.
As emoções da mãe e a atividade do feto
Verificou-se existir uma tendência para a sintonia entre as emoções da mãe e as reações do feto, parecendo adaptar-se este à mãe e às pressões da sua vida.
Sabe-se atualmente que não só o recém-nascido, mas também o feto reagem a relatos carregados de emoção da mãe, em particular quando estes lhe dizem respeito.
O feto, no terceiro trimestre [da 27ª à 40ª+ semanas], responde a estímulos visuais, auditivos e cinestésicos, reagindo de forma diversa a estímulos diferentes. A mãe reconhece normalmente estas respostas, existindo muitas vezes uma sincronia nas reações de ambos.
Sabemos atualmente que tanto os pais como o bebé vão realizando, já durante a gestação, uma aprendizagem e adaptação mútuas. Esta adaptação é visível ao nível dos movimentos fetais, dos ritmos de sono / vigília e nas respostas a estímulos.
Os sentidos do recém-nascido
O paladar é o sentido mais apurado à nascença. As papilas gustativas desenvolvem-se no 2º mês da gravidez e, por volta das 32 semanas, o paladar apura-se e o feto distingue o doce, o salgado, o ácido e o amargo.
Ao nascer, o bebé sente o cheiro do leite materno e procura o peito por instinto. O bebé aprende a reconhecer o cheiro da mãe que o acalma e conforta.
O odor desenvolve-se cedo. A partir dos 6º mês da gestação, através do líquido amniótico, o bebé já apercebe diferentes odores, especialmente o dos alimentos da dieta da mãe.
O tato é o primeiro sentido a desenvolver-se no ventre. No 2º mês, o bebé ganha sensibilidade nos lábios e no 4º mês tem sensibilidade na palma das mãos, plantas dos pés e rosto.
Bibliografia: Promoção da Saúde Mental na Gravidez e Primeira Infância – Manual de orientação para profissionais de saúde – Direção-Geral da Saúde Direção de Serviços de Psiquiatria e Saúde Mental – Lisboa: DGS, 2006 – 46 p. ISBN: 972-675-121-7