Em 2021, quase 450 milhões de crianças viviam em áreas de conflito. Este número representa uma proporção de uma em cada seis crianças a nível global, número que já deverá ser maior, devido à Guerra da Ucrânia. Em relação a 2020, verificou-se um aumento de 9%.
A pior situação regista-se no Médio Oriente, região do mundo onde uma em cada três crianças vive em áreas consideradas perigosas. Estes dados foram revelados pelo relatório “The Forgotten Ones”, em português “Os Esquecidos”, da organização não-governamental “Save the Children”.
O pior país para as crianças é o Iémen, onde as necessidades humanitárias continuam a aumentar, com mais de 20 milhões de pessoas a precisar de assistência, e escasseiam as estruturas educacionais. A Save the Children diz que muitas escolas passaram a servir como centros e bases militares.
De acordo com os dados da organização, num ano, mais de 8 mil crianças morreram ou foram mutiladas, o que se traduz numa média de 22 por dia. O maior número de crianças feridas em conflitos vive no continente africano: 180 milhões. Afeganistão, Somália e Síria estão entre os dez piores países para as crianças viverem, segundo assinala o relatório, que ainda não inclui a situação na Ucrânia.
A ONG Save the Children apela à comunidade internacional para que sejam encorajados momentos de tréguas nas áreas de conflito, que se pare a comercialização de armas a países em conflito e para que o direito internacional seja respeitado, especialmente os direitos das crianças.
O relatório “The Forgotten Ones” revela que as crianças continuam a sofrer seis graves violações em zonas de guerra: assassinatos, mutilação, recrutamento e uso por parte de forças e grupos armados, sequestro, violação e outras formas de violência sexual, o bloqueio de acesso humanitário, e ataques a escolas e hospitais.
3 de março 2023