A depressão em crianças – depressão infantil – é uma perturbação grave e por isso quanto mais precocemente for alvo de intervenção, tendencialmente mais fácil será o seu tratamento.
O comportamento e as suas atitudes da criança face a estímulos e situações podem servir como alerta da presença de depressão. Leia mais sobre a depressão infantil nesta série de artigos sobre o tema:
– Causas da depressão infantil
– Sintomas da depressão infantil
– Sinais de alerta da depressão infantil
– Ajudar a criança a lidar com a depressão
– Tratamento da depressão infantil
Depressão em crianças
Todos nós experienciamos ao longo da vida momentos de maior tristeza. A vida é marcada por momentos de grande felicidade, mas também por momentos “menos bons”.
Deprimir (no geral sentido da palavra) é assim normal e essa condição de certa maneira contribui para que consigamos gerir o turbilhão de emoções que sentimos motivado pelos momentos mais tristes que todos experienciamos.
Nas crianças passa-se exactamente o mesmo.
Os desafios que elas atravessam não são com certeza menos fáceis dos que aqueles que nós (ditos adultos) nos deparamos e nos fazem deprimir.
Assim, quando falamos de depressão infantil, falamos de uma perturbação grave que prejudica o desenvolvimento saudável da criança e que pode incluir os “tais” sentimentos de tristeza que todos associamos a esta condição, mas não só.
Depressão em crianças
Antes de tudo é necessário que compreendamos a depressão infantil e a sua manifestação como algo que varia muito, seja de acordo com a personalidade da própria criança, seja de acordo com a sua idade.
Uma criança muito provavelmente não irá indicar aos pais que se encontra deprimida. Se já os adultos raramente o conseguem fazer, nas crianças cujo desenvolvimento está em progresso, muito mais difícil será.
Assim, nas crianças esta condição é em muito manifestada através do seu comportamento e das suas atitudes face a estímulos e situações com que se deparam e que podem servir como alerta da presença desta perturbação.
Um atraso na linguagem pode ser um importante indicador numa criança até aos 2 anos, enquanto a pouca vontade de brincar em idade pré escolar pode também ser um sinal.
O diagnóstico pode então passar por um elevado rol de sintomas (muitos deles em forma de comportamentos) que devem ser motivo de uma avaliação cuidada por parte de um profissional quando necessário.
A criança está triste porquê?
A contextualização é uma parte importante na construção de um diagnóstico uma vez que nos permite identificar uma causa para os sintomas presentes na criança (divórcio dos pais, perda de um familiar, etc.), ajudando a compreender se estes são “normais” (e fazem parte do momento que esta está a atravessar) ou se constituem algo mais preocupante.
A importância de estar atento aos sinais
Os pais e restantes cuidadores próximos são a primeira linha de intervenção no que toca à depressão infantil, cabendo a estes a deteção de alterações relevantes na criança muitas vezes como referido em forma de comportamentos.
Não estamos a pedir que façam de “detetives”, observando e anotando todas as atitudes da criança mas sim que estejam atentos uma vez que convivem com ela diariamente, conhecendo-a (apriori) melhor que ninguém.
A depressão infantil é uma perturbação grave e por isso quanto mais precocemente for alvo de intervenção, tendencialmente mais fácil será o seu tratamento. Muitas soluções terapêuticas com elevadas taxa de sucesso existem hoje em dia, por isso deve sempre procurar ajuda quando necessário.