Devo obrigar o meu filho a comer? É correto usar os alimentos como castigo ou recompensa? E se a criança se recusar mesmo a comer? Estas são as questões a que respondemos neste artigo.
Devo obrigar o meu filho a comer?
A criança deve ser pressionada a comer? Não, não deve pressionar o seu filho a comer. Cada criança tem as suas próprias necessidades e apetite, pelo que também não deve comparar o seu filho com outros meninos da sua idade.
Lembre-se também que as crianças têm necessidades diferentes dos adultos e que na grande maioria das vezes a ideia que temos sobre quantidades e os tamanhos é já maior do que o recomendado (e do que a criança consegue ter no estômago).
Por outro lado, as crianças nascem com capacidade de regular as quantidades de alimentos que devem consumir em função do que necessitam (desde a altura em que se amamentadas).
Reconhecer e respeitar os seus sinais de fome e saciedade vai ajudá-las a manter esta capacidade, algo muito importante para mais tarde se evitarem consumos exagerados ou deficitários.
E se obrigar a comer pelo menos a carne e o peixe, está correto?
Não, não deve obrigar o seu filho a comer “só” a carne ou o peixe. Ao fazê-lo estará a valorizar a carne ou o peixe em detrimento dos hortícolas ou dos hidratos de carbono (massa, arroz, batata).
Todos os alimentos são importantes dentro das recomendações, e estudos mostram inclusivamente que existe consumo de hortícolas abaixo das recomendações por contraponto a um elevado consumo de carne.
Por fim, referir que não deve utilizar os alimentos como castigo ou recompensa.
É frequente ouvirmos “se comeres a sopa, deixo-te comer um chocolate no fim”, e este é um conceito errado que retira aos alimentos o seu valor real. Neste caso estamos a passar a mensagem que comer a sopa é um “sacrifício” que tem que ser recompensado.
E se a criança se recusar mesmo a comer?
Todos os casos devem ser analisados individualmente e é compreensível que os pais se preocupem se a criança comer efetivamente muito pouco. Se for algo pontual, numa refeição ou num dia, não será preocupante.
Poderá ser apenas falta de apetite naquele dia / refeição (tal como acontece a qualquer adulto), a criança poderá não apreciar a refeição ou poderá mesmo estar satisfeita porque andou a petiscar antes (ou alguém lhe ofereceu comida).
Em qualquer dos casos deve expor as suas dúvidas ao seu pediatra, e se se tratar de um caso extremo, a criança será devidamente seguida clinicamente.