Por Ana Coimbra – Terapeuta integrativa
Numa altura em que a prevalência da infertilidade tem tido uma incidência crescente, acreditando-se que esteja relacionada com estilos de vida em que prevalece o sedentarismo, alimentação desequilibrada, obesidade, consumo de tabaco, exposição a elevados níveis de stress, patologias pré-existentes e conflitos biológicos, urge trazer ao plano uma questão fundamental:
Somos um todo!
Tendencialmente, num quadro de infertilidade, busca-se uma causa física e tratamento correspondente, mas não se analisa a fundo a micro e a macro estrutura. No fundo, segue-se um atalho que dê frutos, mas não o caminho necessário para ir a fundo na causa.
É fundamental que analisemos todas as vertentes, o bom funcionamento do corpo físico, nutricional e emocional. Saltando esta etapa, estamos a ignorar a saúde global e a quebra da homeostase necessária para que a infertilidade ocorra – sendo esta uma consequência e não uma patologia.
Demasiadas vezes vemos pessoas, homens e mulheres, mergulhados nos seus processos de infertilidade, envoltos numa névoa que se perpetua, numa descrença dolorosa, perdidos, sozinhos, em silêncio. Toldados pelo querer tanto.
Em corpos cheios de marcas emocionais, de desilusão, de medo. E se não tivesse sido antes, o erro começava aqui. Na falta de nutrição da alma, de acreditar, de uma mão firme que guie o caminho.
Quando a doença se manifesta no plano físico, há muito que existe no mental.
Importa começarmos a ver o todo e não a parte. Começar o caminho de dentro para fora.
Felizmente, esta visão integrativa começa a ser valorizada por vários profissionais de saúde na área da infertilidade, sendo referidos 5 pilares de extrema relevância:
- • Nutrição saudável ajustada às necessidades individuais
- • Adequada suplementação
- • Boa higiene do sono
- • Exercício físico diário
- • Níveis de stress reduzidos
Para além do já referido, importa analisar a infertilidade do ponto de vista da perda – um corpo que “falhou”, um bebé que não chegou, projetos e futuro adiado. Falhas sequenciais de tratamentos, testes negativos e mais desilusão, frustração, medo e culpa. E naquilo que parece um círculo vicioso, voltamos ao plano emocional, ao inconsciente, aquele lugar bem lá no fundo onde o trauma nasce e se instala.
Desta forma, é de salientar a importância do devido acompanhamento emocional, que permita vivenciar o caminho de forme mais leve e serena. Que permita viver vivendo ao invés de viver esperando.
Sobre o No Teu Ventre
Após 7 anos de diagnóstico, num percurso de acolhimento a muitas famílias que vivenciaram a infertilidade, decidimos aceitar o propósito e oficializamos o Centro de Preparação e Acompanhamento na (in)fertilidade e na perda – o centro é uma casa de abraços, de olhar com olhos de ver, de ouvir mais do que falar.
No centro temos várias terapias que visam proporcionar um bem-estar geral que potencie a fertilidade. Em muitos casos aliamos os programas de terapias complementares aos tratamentos de procriação medicamente assistida, noutros trabalhamos com os casais para aumentar as probabilidades de conceção natural. Em todos os casos trabalhamos de corpo e alma mimetizando aquilo em que acreditamos.
Conhecer o No Teu Ventre
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Email: [email protected]
Site: www.noteuventre.pt (em construção)