Crianças pertencentes a grupo de risco devem tomar a vacina da BCG (contra a tuberculose) em duas semanas. Esta vacina deixou de ser universal em 2016, passando a ser direcionada apenas a crianças com factores de risco individuais ou comunitários para a tuberculose.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai agora reforçar a estratégia de vacinação com a vacina BCG, recomendando a vacinação logo na maternidade ou no prazo máximo de duas semanas. A tuberculose está estável em Portugal, com 6,1 casos por cada 100 mil crianças até aos 5 anos. Ainda assim, em 2021, foram registadas sete casos graves e uma morte.
Entre os casos graves, apenas uma criança estava vacinada. Em declarações ao Jornal de Notícias, Teresa Fernandes, coordenadora do Plano Nacional de Vacinação, refere que “a epidemiologia da tuberculose em crianças está mais ou menos estável, mas continuam a surgir casos esporádicos e alguns deles não foram vacinados e identificados” e que por isso “continua a fazer sentido a estratégia de vacinação de grupos de risco”. A toma da vacina permite prevenir casos mais graves da doença pulmonar, como a tuberculose disseminada e a meníngea, apresentando uma eficácia de praticamente 80%.
A norma da DGS sobre a vacina refere que quanto mais cedo for administrada, mais eficaz é. A mesma norma reforça que devem ser imunizadas as crianças com menos de seis anos de idade, pertencentes a grupos de risco, mesmo sem história prévia de tuberculose. A norma refere que a vacinação deve ser feita o mais rapidamente possível, “no prazo máximo de duas semanas, mesmo que isso implique abrir um frasco por criança”, ainda na maternidade ou nos cuidados de saúde primários.
Os grupos de risco são constituídos por crianças que vivam com convivam com pessoas com antecedentes de tuberculose ativa, que sejam naturais de países com elevado risco da doença, que estejam infectados com VIH/SIDA, que tenham dependência de álcool ou de drogas nos últimos cinco anos, ou que tenham sido reclusas num estabelecimento prisional há menos de cinco anos. Também se incluem crianças que sejam naturais de países de elevado risco ou comunidades onde exista um elevado número de casos, assim como quem viajar para locais onde a doença está muito presente.
3 de abril 2023