A gonorreia na gravidez é uma infeção grave que pode causar aborto séptico, rutura prematura de membranas, restrição do crescimento fetal e parto prematuro. Conheça os sintomas, causas e tratamento da gonorreia na gravidez.
A infertilidade do casal tem diversas causas, que podem estar relacionadas com a anatomia e o funcionamento dos sistemas reprodutores, mas também com fatores externos, como as doenças sexualmente transmissíveis (DTS), o stress ou mesmo a poluição ou o contacto com produtos tóxicos.
Gonorreia na gravidez
Gonorreia: o que é?
A gonorreia é um exemplo de uma DTS que pode influenciar a capacidade reprodutora. A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, sendo a segunda infeção de transmissão sexual de origem bacteriana mais comum a nível mundial. É uma infeção altamente contagiosa que tanto afeta homens como mulheres.
Nas mulheres, a infeção pode afetar o colo do útero, a região vaginal e retal ou a boca, de acordo com a forma de contágio e prática sexual.
Se não for tratada, para além dos problemas de infertilidade, a bactéria pode entrar na corrente sanguínea e espalhar-se no organismo, afetando as articulações.
Sintomas da gonorreia
Em 25 a 80% das mulheres, a infeção não apresenta sintomas ou tem sintomas inespecíficos (como um corrimento esbranquiçado e com pus) e a mulher pode estar infetada sem o saber:
- Dor ou ardor ao urinar;
- Incontinência urinária;
- Corrimento esbranquiçado vaginal;
- Dor de garganta (quando há sexo oral com um parceiro infetado);
- Inflamação do ânus (quando há sexo anal com um parceiro infetado).
A gonorreia pode ser causa de endometrite, salpingite (inflamação das trompas de Falópio), doença inflamatória pélvica, infertilidade e gravidez ectópica.
Na gravidez, pode originar aborto séptico, rutura prematura de membranas, restrição do crescimento fetal e parto prematuro. No pós-parto, pode causar infeção puerperal.
Gonorreia na gravidez e bem-estar do bebé
A gonorreia na gravidez pode ter complicações para a saúde do bebé, especialmente quando nasce por parto normal (parto vaginal) ou antes do parto, se existir rutura prematura de membranas.
Se a mãe tiver estiver infetada na região genital, as bactérias podem contaminar o bebé quando atravessa o canal de parto dando origem a complicações como lesão nos olhos ou infeção generalizada.
Tratamento da gonorreia na gravidez
O tratamento da gonorreia na gravidez é realizado com antibióticos sob vigilância médica. A duração do tratamento varia segundo o tipo e gravidade da infeção.
Medidas complementares ao tratamento da gonorreia na gravidez
- O parceiro sexual também deve ser tratado apresente ou não sintomas;
- Enquanto decorrer o tratamento não deve ter relações sexuais;
- É recomendável o uso de preservativo masculino (camisinha);
- Abster-se de relações sexuais com múltiplos parceiros;
- Seguir as orientações médicas.
Gonorreia em recém-nascidos
Quando a gestante desenvolve gonorreia e não é devidamente diagnosticada ou tratada na gravidez, o recém-nascido pode ser infetado durante a gravidez ou no parto quando nasce por parto vaginal (ou parto normal).
No recém-nascido, a infeção manifesta-se habitualmente na primeira semana de vida com uma conjuntivite purulenta, otite externa e vulvovaginite ou com uma gonococémia (artrite infeciosa com ou sem lesões na pele).
Entre os sintomas da oftalmia gonocócica ou conjuntivite gonocócica do recém-nascido encontram-se dor e inchaço dos olhos, secreção purulenta e dificuldade em abrir os olhos.
Se a infeção não for tratada de modo adequado pode ter consequências graves como a cegueira. Como este tipo de infeção é altamente contagioso, o recém-nascido será isolado de contacto.
Prevenção de infeções na gravidez provocadas por contacto sexual
- Abstinência sexual (oral, vaginal ou anal) exceto se for com um parceiro estável que não seja portador de doenças contagiosa, com uma relação de longo prazo e mutuamente monógama;
- Os espermicidas vaginais que contêm nonoxynol-9 (N-9) não são efetivos para a prevenção de doenças contagiosas;
- Usar sempre preservativo masculino de látex colocado corretamente;
- Evitar sexo oral recetivo com um parceiro portador de herpes oral e relações sexuais no 3º trimestre com um homem que seja portador de herpes genital.