Tricomoníase vaginal é uma infeção sexualmente transmissível (DST). É causada pelo parasita Trichomonas vaginalis e o contágio é feito pelo contacto sexual. A pessoa pode estar infetada e não apresentar sintomas. Afeta tanto mulheres como homens.
Tricomoníase vaginal
Tricomoníase vaginal é uma infeção sexualmente transmissível (DST). É causada pelo parasita Trichomonas vaginalis e o contágio é feito pelo contacto sexual.
Sintomas
Os sintomas surgem cerca de 5 a 28 dias após a pessoa ter sido infetada. Os sinais frequentemente associados à tricomoníase vaginal são:
Na mulher
- Corrimento com odor intenso e cor alterada;
- Pequenas hemorragias durante ou após a relação sexual;
- Prurido ou comichão à volta da vagina;
- Inchaço das virilhas;
- Necessidade de urinar com frequência e ardor ao urinar.
No homem
- Corrimento proveniente da uretra;
- Necessidade de urinar mais do que o habitual, associada a dor ou ardor;
- Irritação no pénis.
Diagnóstico da tricomoníase vaginal
O diagnóstico é feito por exame direto (observação do protozoário flagelado em exame a fresco do exsudado vaginal, colhido do fundo-de-saco posterior) ou por cultura.
Tratamento da tricomoníase vaginal
A infeção por trichomonas vaginalis tem cura. Habitualmente são prescritos antibióticos para a erradicação da infeção (2 gramas de metronidazol em toma única ou 500 mg 12/12 horas durante 7 dias).
Os parceiros sexuais devem ser tratados ao mesmo tempo e só devem voltar a ter relações após o tratamento e quando já não houver manifestação de sintomas.
Durante o tratamento, não se deve ingerir devido à possibilidade do “efeito Antabus” (ver abaixo).
Tricomoníase vaginal e gravidez
Há evidência crescente de que a infeção por Trichomonas vaginalis pode ter efeito negativo na gravidez e está associada com:
O tratamento é realizado com antibióticos a partir das 12 semanas de gravidez e durante a amamentação.
Para alívio sintomático na gravidez precoce, pode utilizar-se terapêutica tópica (comprimidos vaginais de clotrimazol – 100 mg/d, durante 7 dias), mas o tratamento sistémico será necessário para erradicar a infeção.
Prevenção
A utilização do preservativo, masculino ou feminino, é o único método contracetivo que diminui o risco de contágio.
Se um parceiro sexual for infetado, o outro deverá ir ao médico para diagnóstico mesmo que não apresente sintomas uma vez que existe a possibilidade de ter contraído a doença sem o saber.
Metronidazol e consumo de álcool – “efeito Antabus”
Como medida geral, deve evitar-se o consumo de bebidas alcoólicas quando se faz medicação, pois o álcool desencadeia diversas ações no organismo, e a sua interferência no efeito dos medicamentos é muitas vezes imprevisível, podendo originar distúrbios graves.
O álcool, além de depressor do sistema nervoso central, tem uma ação diurética e hipoglicemiante (diminui a quantidade de açúcar no sangue). Pela sua ação marcante sobre o fígado, pode interferir no metabolismo de vários fármacos, podendo causar o aumento dos efeitos adversos.
O álcool também aumenta a circulação na mucosa dos intestinos podendo aumentar a absorção de medicamentos e, consequentemente, de seus efeitos.
Deve evitar-se completamente o uso de álcool quando o tratamento consiste em metronizadol ou tinidazol. O uso concomitante destes antibióticos com álcool pode resultar em diversos efeitos adversos como falta de ar, cefaleia, dor no peito, enrubescimento da pele, aumento de arritmia cardíaca, tontura, náusea e vómito.
Bibliografia: Direcção-Geral da Saúde Divisão de Saúde Materna, Infantil e dos Adolescentes Saúde Reprodutiva: Doenças Infecciosas e Gravidez / Direcção-Geral da Saúde. – Lisboa Direcção – Geral da Saúde, 2000 – 48 p. (Orientações Técnicas; 11).