A clamídia é uma infeção do tipo bacteriano que pode afetar o pénis, a vagina, o colo do útero, o ânus, a uretra, a garganta ou os olhos. É a doença sexualmente transmissível mais comum a nível mundial. A infeção transmite-se por via sexual e também de mãe para filho na gravidez.
Clamídia: sintomas, tratamento e gravidez
A clamídia é uma infeção sexualmente transmissível mais comum a nível mundial sendo provocada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Muito contagiosa, não apresenta sintomas em 70 a 80% das mulheres o que dificulta o diagnóstico e tratamento adequado. É causa de doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade.
Sintomas
A clamídia tem um período de incubação de 7 a 21 dias e, na maioria dos casos não apresenta sintomas. Quando existem, podem ser:
Na mulher
- Dor pélvica;
- Corrimento vaginal;
- Dor durante a relação sexual ou ao urinar;
- Hemorragia entre as menstruações (spotting);
- Corrimento purulento (amarelo e espesso).
No homem
- Ardor ou dor ao urinar;
- Pus ou corrimento proveniente do pénis;
- Inchaço nos testículos ou no ânus.
Clamídia e fertilidade do casal
Quando não tratada, a infeção pode causar doença inflamatória pélvica (DIP) nas mulheres (10% dos casos) e/ou infertilidade (quer nas mulheres quer nos homens). Estima-se que uma em cada quatro mulheres com DIP fique infértil.
Nos homens, pode causar inflamação do epidídimo e/ou da próstata. Também pode provocar artrite reativa (uma combinação de artrite, conjuntivite, e inflamação da uretra).
Clamídia e gravidez
Na mulher, as bactérias de clamídia podem ficar latentes durante vários meses antes de passarem para o colo do útero e daí passarem para o útero e para as trompas de Falópio, onde causam a maioria das doenças inflamatórias pélvicas (DIP).
Se não for tratada, pode causar lesões nas trompas de Falópio, resultando em obstrução ou formação de cicatrizes o que pode significar infertilidade ou gravidez ectópica (em que o óvulo fecundado se implanta na trompa em vez do útero).
Nas mulheres, as complicações mais frequentes são gravidez ectópica, inflamação do cérvix, dor pélvica aguda ou crónica, aborto espontâneo ou recorrente, e doença inflamatória pélvica.
Também pode estar origem na rutura prematura de membranas, corioamnionite, restrição do crescimento fetal e parto pré-termo.
Nos homens, a clamídia pode provocar inflamação dos testículos e dos tubos que os rodeiam.
Como afeta a clamídia o recém-nascido?
A transmissão da infeção ao feto verifica-se no parto, realizado por via vaginal, podendo, mais raramente, verificar-se in utero, sobretudo se houver rutura prematura de membranas.
No recém-nascido, a infeção pode manifestar-se, 5 a 14 dias após o nascimento, por conjuntivite e, menos frequentemente, entre a 4ª e a 11ª semana de vida, por pneumopatia (infeção pulmonar) ou infeção nasofaríngea.
Diagnóstico e tratamento
Na grávida, o quadro clínico da infeção por clamídia não tem características particulares, e, tal como na mulher não grávida, a sintomatologia é muitas vezes inespecífica ou está ausente.
O diagnóstico clínico é confirmado pelo diagnóstico laboratorial, através
do crescimento do agente em cultura celular. O material para cultura é colhido da uretra, do colo do útero e do canal anorrectal.
A infeção também pode ser diagnosticada por métodos de amplificação do DNA (PCR ou LCR), testes de imunofluorescência direta ou testes imunoenzimáticos (deteção de antigénios) a partir de amostras do colo do útero, uretra ou urina.
O tratamento da clamídia é feito à base de antibióticos.
Medida de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis
- Abstinência sexual (oral, vaginal ou anal) exceto se for com um parceiro estável que não seja portador de doenças contagiosa, com uma relação de longo prazo e mutuamente monógama;
- Os espermicidas vaginais que contêm nonoxynol-9 (N-9) não são efetivos para a prevenção de doenças contagiosas;
- Usar sempre preservativo masculino de látex colocado corretamente;
- Evitar sexo oral recetivo com um parceiro portador de herpes oral e relações sexuais no 3º trimestre com um homem que seja portadoºr de herpes genital.