A introdução dos alimentos sólidos na dieta do bebé corresponde a um período particularmente sensível e crucial do crescimento do bebé.
As primeiras refeições sólidas do bebé costumam provocar alguma ansiedade aos pais, especialmente quando o bebé recusa os novos alimentos e tem dificuldade em se adaptar às novas rotinas alimentares.
12 Dicas para a introdução dos primeiros alimentos sólidos
Por volta dos seis meses, o leite materno ou de fórmula deixa de fornecer todos os nutrientes que o seu bebé precisa, particularmente a vitamina D e ferro. A diversificação alimentar permitirá adicionar todos os nutrientes necessários ao seu crescimento apesar de o aleitamento materno se manter até aos 2 anos de idade ou mais.
Para os ajudar nesta mudança, partilhamos algumas dicas sobre o desmame e a introdução de novos alimentos na dieta do bebé.
1. A fase inicial da diversificação alimentar
A fase inicial da diversificação alimentar tem como missão complementar o aleitamento materno ou com fórmulas adaptadas (aconselhe-se com o pediatra/nutricionistas a respeito das fórmulas mais adequadas para cada etapa), que deve ser continuado, apesar da introdução de novos alimentos na dieta do bebé.
Assim, o leite continua a ser um alimento fundamental para o aporte de nutrientes enquanto o bebé se habitua aos novos sabores e texturas. Gradualmente, as refeições principais de leite são substituídas por alimentos sólidos e, aos 12 meses, fará 3 refeições de sólidos por dia.
2. As primeiras refeições de sólidos
Se o seu bebé resistir à colher, experimente mergulhar o seu dedo limpo no puré de legumes e alimentá-lo desta forma. As primeiras refeições servem para proporcionar ao bebé o contacto com novos sabores e texturas.
Recomenda-se começar pelo puré de legumes e só depois oferecer os de fruta, devido à nossa tendência para apreciar sabores adocicados em detrimento dos salgados. Habituado ao leite, é normal que nos primeiros dias o bebé sinta mais dificuldade em aceitar outros alimentos.
3. Os primeiros alimentos sólidos
Os primeiros alimentos devem ser fáceis de digerir e devem escolher-se aqueles que, à partida, têm menor probabilidade de causar alergias.
A primeira papa deve ser simples, confecionada com um só legume ou raiz como a cenoura, batata, abóbora, batata-doce, farinha de arroz (sem glúten), à qual se adiciona um pouco de leite (materno ou fórmula) para melhorar a textura.
Maça, pera, banana, papaia, manga ou abacate são algumas frutas indicadas para a confeção dos primeiros purés de fruta.
4. Ritmo para introdução de novos alimentos
Os novos alimentos são introduzidos um de cada vez, a cada 3-5 dias entre cada alimento para diversificar o mais possível os sabores e as opções gastronómicas mas, também, para dar a oportunidade de identificar os que provocam alergias ou outras reações indesejáveis, como o rabinho assado do bebé.
5. Ordem para introdução dos primeiros alimentos
Não existe uma ordem rígida a ser seguida para a introdução dos primeiros alimentos. Contudo, sabe-se que é extremamente importante, nesta fase, oferecer hortícolas (sopa) e fruta (purés) ao bebé para a criação de hábitos alimentares saudáveis.
Apesar de haver indicações dos especialistas e planos alimentares disponíveis, é importante que consulte o seu pediatra/nutricionista sempre que pensar introduzir alguma alteração na dieta do seu bebé.
6. Diferentes texturas e sabores
A aprendizagem de novas texturas é importante em termos sensoriais. A textura das primeiras refeições é mais líquida para facilitar a deglutição mas, à medida que as semanas passam, a textura de papas, purés e preparados de consistência deverá torna-se mais granulosa e, mais tarde, com pequenos pedaços que a criança possa mastigar.
Os alimentos para comer à mão são uma excelente forma de promover este estímulo.
7. Introdução da carne
Depois dos 6 meses, para o bebé iniciar a carne (peru, frango ou coelho), poderá cozê-la na sopa do seu bebé e depois retirá-la.
Quando o bebé estiver familiarizado com o sabor, poderá triturar a carne incluindo-a na própria sopa e mais tarde noutras preparações culinárias.
8. Introdução do peixe
Por volta dos 8 meses, a criança poderá iniciar o peixe (pescada, linguado ou solha) cozido na sopa e depois retirado.
Quando o bebé estiver familiarizado com o sabor, poderá triturar o peixe incluindo-a na própria sopa e mais tarde na confeção de outros pratos.
Os peixes gordos (salmão, sardinha, peixe-espada) são uma fonte rica em gorduras saudáveis mas não deve fazer mais do que duas refeições por semana (por serem peixes de águas profundas têm maiores concentrações de mercúrio).
9. Confeção das refeições do bebé
Sempre que possível cozinhe as refeições do seu bebé em casa. A confeção deve ser simples, de preferência ao vapor , privilegiando os produtos da época e sem adição de sal.
O azeite (sem fritar), o alho e a cebola são boas opções para a preparação das refeições do seu filho, habituando-o a sabores tradicionais e saudáveis.
Os “boiões” comprados nos supermercados devem ser reservados apenas para emergências.
10. Recusa de alimentos
Se o bebé recusar alguns alimentos, experimente oferecer um alimento novo juntamente com outro que já lhe é familiar em vez de “esconder o alimento”.
Não desista. Estudos demonstram que o bebé pode precisar até 12-15 provas para aceitar um novo alimento. Contudo, mesmo depois disto, poderá sempre tentar uma nova vez alguns meses mais tarde.
Evite ainda usar uns alimentos como recompensa em detrimento de outros.
11. O sal
Não adicione sal ou açúcar na alimentação do seu bebé, por muito que considere a comida sem sabor. O sal pode prejudicar os rins do bebé e a adição de açúcar incentiva-o a preferir alimentos adocicados o que pode prejudicar a aceitação de alimentos como os purés/sopas salgados.
Como estes sabores são desconhecidos pelo bebé, não sentirá a sua falta. Quanto mais tarde o bebé contactar com este tipo de sabores, mais tarde irá desenvolver preferências por eles.
12. Alimentos a evitar
Nesta fase (e em alguns casos nas fases seguintes) há alimentos contra indicados como os fritos, os fumados, chocolate e outras guloseimas, mel (ao conteúdo em açúcar acresce algum risco microbiológico), frutos secos (pelo risco de engasgamento) e peixes com muita espinha.
Farinhas de trigo, centeio e cevada não são aconselhados para as primeiras papas por conterem glúten na sua composição.