O que é a anorexia fisiológica? A perda de apetite das crianças nas crianças entre 1 e 3 anos é um motivo de grande preocupação para os pais. Será normal? O que é que os pais devem fazer? Saiba tudo neste artigo.
Anorexia fisiológica
O que é a anorexia fisiológica?
Quando falamos em anorexia, queremos referir-nos a uma diminuição do apetite (não confundir com anorexia nervosa, uma doença do comportamento alimentar). No caso particular das crianças no 2º ano de vida, a anorexia é fisiológica, ou seja, tem razões fisiológicas e como tal é normal.
Durante o primeiro ano, as crianças têm um crescimento muito rápido, em peso e comprimento / altura, que posteriormente, e até à puberdade (onde se dá outro “pulo”) vai abrandar.
Assim, e se a velocidade a que se cresce é menor, as necessidades vão também ser proporcionalmente menores e, como nascemos com reflexos de saciedade, o resultado será uma diminuição de apetite.
Trata-se assim de uma manifestação normal, pela qual todas as crianças passam, sendo, naturalmente, mais evidente numas do que noutras.
O meu filho não precisa mesmo de comer mais?
Em situações normais (e nas mais comuns), não. Digamos que nesta fase, a diminuição do apetite corresponde a um acerto nas quantidades de nutrientes que a criança precisa, relativamente ao primeiro ano de vida.
Como tal, não deverá existir qualquer comprometimento na sua evolução ponderal (peso e altura). De qualquer forma, esta mesma evolução será sempre avaliada pelo seu pediatra que irá intervir caso haja algum desvio da normalidade.
Não devo, então, obrigar o meu filho a comer?
Não, não deve obrigar a comer. Obrigar a criança a comer pode levar a que criança desenvolva, por exemplo, medo da hora da refeição (por ser constantemente pressionada).
Além disso, obrigar a comer, origina, quase sempre comportamentos de castigo / recompensa e de valorização de uns alimentos em vez de outros. “Não sais da mesa se não comeres”; “Come, pelo menos, a carne”; “Se comeres a sopa, dou-te um chocolate”, …
Adicionalmente, é também normal nesta fase o apetite ser inconstante, pelo que não deve sobrevalorizar a situação.
Por fim, deve também perceber se o seu filho está a comer pouco ou se lhe serviu demasiada comida (o volume gástrico de uma criança nesta idade ainda é muito pequeno).
Não sendo por mal, a verdade é que frequentemente exageramos nas doses servidas às crianças, e no final, aquilo que elas comem é somente aquilo que precisam.
Anorexia fisiológica ou “pressa para brincar”?
As alterações comportamentais que a criança sofre nesta idade, também contribuem para a anorexia fisiológica. Existe uma capacidade e uma independência cada vez maiores, que permitem que a criança consiga explorar o mundo e relacionar-se com diferentes coisas.
Assim é também possível que a criança se distraia mais no momento da refeição ou que efetivamente tenha pressa para ir brincar. A boa notícia é que quanto a isto, os pais ainda podem fazer alguma coisa e que será até benéfica para a sua aprendizagem à mesa. Assim:
- Não ceder a birras;
- Não dar os alimentos preferidos só para que a criança “coma alguma coisa”;
- Não permitir telemóveis, tablets ou televisão à refeição (a história ainda é a velha e melhor opção);
- Evitar que a criança vá petiscando no intervalo das refeições;
- Não autorizar que coma sem estar sentado à mesa.
São algumas estratégias que se deve esforçar por implementar.