Após o parto, a mulher passa por um período de 6 a 8 semanas, designado puerpério, durante o qual o corpo sofre uma serie de mudanças com o objetivo de repor a situação anterior à gravidez.
Contudo, este tempo não é suficiente para recuperar de todas as alterações e investimento que o corpo da mulher faz para gerar um novo bebé, diz estudo.
Mulheres precisam de um ano para recuperar do parto
Especialistas do Royal College of Midwives afirmam que as imagens idílicas divulgadas pela comunicação social de mães famosas que ficam em forma em muito pouco tempo podem aumentar a frustração da maioria das mulheres.
De facto, as figuras públicas recorrem a inúmeros tratamentos cosméticos e técnicas (como um professor de ginástica pessoal ou dietas personalizadas) às quais a maioria das mulheres não têm acesso.
Um estudo liderado pela pesquisadora Julie Wray, da Universidade de Salford, entrevistou várias mulheres duas ou três semanas após o parto, 3 meses e 6-7 meses para obter um registo na primeira pessoa e baseado em experiências reais. Concluiu que é necessário um ano para recuperar do parto.
Este estudo também revela a importância de as mães poderem usufruir de tempo de qualidade com os seus bebés e reservarem algum tempo para cuidar de si.
As primeiras semanas após o parto
A azáfama das primeiras semanas, com o entra e sai de visitas ao recém-nascido no hospital ou maternidade é uma carga adicional de stress para as mães que não conseguem encontrar a tranquilidade necessária para descansar e recuperar do esforço do parto.
Por outro lado, novos desafios se colocam no imediato como lidar com a dor do parto ou a amamentação. Para além disso, as alterações hormonais induzidas pelo parto podem provocar incómodos como prisão de ventre ou insónia.
Tudo isto, pode agravar a sensação de frustração, a ansiedade em não conseguir cuidar do bebé como é esperado, não corresponder às expectativas dos outros sobre o papel da maternidade, etc..
Assim, é necessário que as mulheres obtenham informação realista sobre as transformações físicas e emocionais provocadas pela gravidez e no pós-parto para salvaguarda da sua saúde física e emocional.
A depressão pós-parto é uma realidade bem mais comum do que se pensa e, se não for devidamente diagnosticada, pode resultar em consequências graves para a mãe e, por consequência, para o bebé.