As capacidades do recém-nascido e a importância do “embrulho”
Apesar de os recém-nascidos e os bebés mais pequeninos poderem parecer passivos durante os primeiros meses de vida, na verdade há muita coisa a acontecer ao nível do seu desenvolvimento psíquico e motor.
De facto, o bebé duplica a sua capacidade cerebral durante o primeiro ano de vida o que demonstra bem o grande desenvolvimento das suas capacidades e a importância da qualidade da relação que se estabelece com eles desde muito cedo. Nos primeiros meses, o bebé é um grande observador e aprende pela imitação do comportamento do adulto.
A forma como se processa o desenvolvimento cerebral de um bebé durante os primeiros 12 meses de vida é uma área de investigação extremamente ativa e cujos resultados não deixam de nos surpreender.
Através de várias experiências realizadas com bebés conseguimos identificar e compreender como as suas capacidades são complexas mesmo nos primeiros meses de vida:
Um bebé tem noção do bem e do mal? Consegue distinguir uma pessoa que faz boas ações daquela que faz más ações?
Segundo experiências levadas a cabo em vários paises, com diferentes grupos de bebés, uma criança de 6-7 meses consegue distinguir quem faz o bem de quem faz o mal.
Numa experiência com bonecos, um cão (que veste uma camisola de uma cor) ajuda um gato a abrir uma caixa de brinquedos enquanto que outro cão (que veste uma camisola de uma cor diferente) salta para cima da caixa impedindo o gato de a abrir.
No final da experiência é dada a oportunidade ao bebé de escolher um dos cães sendo que a maioria, escolhe o cão que “praticou o bem” (que identifica através da cor da camisola) demonstrando assim que tem claramente a noção do que é certo e do que é errado.
Quando esta experiência foi realizada com bebés com 3 meses, o resultado foi o mesmo (nesta idade, o bebé ainda não consegue apontar para o brinquedo, sendo a sua escolha registada através do olhar, quanto mais tempo olha para o brinquedo, maior a sua preferência).
Estes resultados são surpreendentes porque demonstram claramente que os bebés pequeninos são capazes de compreender a natureza dos comportamentos e atribuir-lhes um significado, uma moral. São, também, uma chamada de atenção para a forma como nos lidamos com os bebés e com o tipo de comportamentos que temos perante eles.