Artigo por Alexandra Luz
Sabia que… no primeiro ano de vida do seu bebé, vai trocar a fralda muitas vezes… mais concretamente, cerca de 6000?
Para manter a pele do rabinho saudável e evitar as assaduras, a fralda deve ser trocada com regularidade, sempre que esteja húmida ou suja.
A muda da fralda pode parecer uma simples tarefa diária, mas, e principalmente para os pais de primeira viagem, tem os seus truques e segredos. Alexandra Luz, mãe e pediatra, partilha algumas dicas para que esta tarefa se torne o mais eficiente, ajustada, e segura possível para os bebés!
Material necessário
Esta lista é quase como uma lista de verdadeira sobrevivência:
- Fraldas adequadas: é importante escolher as fraldas do tamanho certo para o seu bebé. Se por um lado, fraldas pequenas podem ficar apertadas e deixar marcas na pele do bebé (e serem desconfortáveis), quando usamos fraldas demasiado grandes, corremos o risco de a urina ou o cocó extravasar pelas bordas;
- Compressas humedecidas ou algodão com água morna: sem dúvida, o preferível para maior parte dos bebés, para uma limpeza suave;
- Saco/balde para descarte da fralda suja: para manter o ambiente limpo e livre de cheiros;
- Fraldário ou superfície de troca limpa e segura: de forma a ser confortável para o bebé, e para quem lhe troca a fralda.
Escolher a fralda certa
Uma das primeiras decisões pode ter a ver com a escolha entre fraldas descartáveis, ou fraldas reutilizáveis. A maioria dos pais opta pelas descartáveis por serem práticas, mas é importante saber quais as vantagens e desvantagens de cada uma na altura de optar.
Fraldas descartáveis
Muito práticas para usar e descartar, especialmente no exterior. Têm uma elevada capacidade de absorção, o que, na prática, acaba por reduzir o risco de extravasamento e contribui para manter a pele do bebé mais seca. São fáceis de colocar e retirar.
Nos seus pontos negativos, temos o impacto ambiental. Alguns dos seus componentes podem desencadear reações de contacto da pele do bebé mais sensível, e que podem ainda não ser tão respiráveis como as fraldas reutilizáveis, o que poderá para alguns bebés aumentar o risco de assadura da zona da fralda.
Fraldas reutilizáveis
As fraldas reutilizáveis são muito mais amigas do ambiente, e economicamente vantajosas – apesar de mais caras inicialmente. Globalmente, parecem não causar tantas reações de contacto com a pele do bebé, pelos materiais usados geralmente no seu fabrico, e muitas vezes são completamente personalizáveis, o que os pais podem adaptar ao estilo e necessidades do bebé.
Em termos de desvantagens, vão exigir uma lavagem regular (mais trabalho, e não se esqueçam do consumo de água e energia), são menos práticas em viagens e no exterior e podem necessitar de ser complementadas com outros acessórios (como capas impermeáveis).
O processo da troca da fralda
- Assegurar a segurança da superfície onde vamos trocar o bebé;
- Verificar se temos todo o material acessível;
- Remover com cuidado a fralda suja, e limpar a área da fralda cuidadosamente com as compressas humedecidas ou algodão humedecido em água morna, sempre com o movimento de frente para trás;
- Evitar fricção demasiada neste processo, e nem sempre é necessário retirar até ao último resquício a pomada que eventualmente colocámos anteriormente, pois, com o esforço, podemos também arrastar a camada protetora superficial da pele;
- Colocar a fralda limpa e fechá-la, verificando cuidadosamente as abas das pernas para verificar se está bem ajustada.
Devo usar toalhetes ou água para a limpeza da zona da fralda?
A água é a opção mais simples, económica, e natural para a limpeza da pele do bebé. É segura para todos os tipos de pele, mesmo sensíveis ou propensas a reações. Não tem outros constituintes que possam (fragrâncias, conservantes, químicos) que podem ser irritantes, e é, geralmente, suficiente para uma boa limpeza.
As toalhitas são muito práticas, especialmente para uso fora de casa e durante a noite. Atualmente, já existem toalhitas formuladas à base de água, que podem ser menos irritantes, sendo que outras são formuladas com agentes hidratantes e apaziguadores para a pele do bebé.
Por outro lado, a presença de determinados componentes nestas toalhitas pode ser o suficiente para irritar a pele de alguns bebés, e do ponto de vista económico, são uma opção mais cara e menos amiga do ambiente.
Devo usar pomada para proteger a pele do bebé das assaduras?
Em termos de prevenção, se o bebé tem a pele íntegra e saudável, e sem qualquer sinal de irritação, a aplicação rotineira de pomada a cada troca de fralda não é necessária. Manter a pele limpa e seca, trocando frequentemente de fralda, é, geralmente, suficiente.
Existem, contudo, bebés que têm peles mais sensíveis, ou que mostram desde logo tendência para assaduras ou irritação local, em que a aplicação rotineira de uma camada fina de pomada protetora pode ajudar a criar uma barreira para proteger a pele da humidade típica da zona – e isto é particularmente importante em situações em que se prevê que a fralda possa ficar mais tempo, como é o caso da noite.
A composição da pomada é também importante – produtos com óxido de zinco na sua composição, ou vaselina, são usados pela sua função barreira, para prevenção da assadura.
Um erro comum dos pais com as pomadas é o seu uso em quantidade excessiva. As camadas espessas podem dificultar a respiração da pele e obstruir os poros.
Quando a assadura está já instalada, aí o uso de pomadas específicas tem, claramente, vantagens. Existem várias opções disponíveis no mercado (e novamente, o óxido de zinco, pela sua ação cicatrizante, é muito usado), e nem sempre o que resulta para um bebé resulta para outro.
Atenção porque existem pomadas de venda livre que têm antifúngico na sua composição e se as usarmos de forma rotineira e indiscriminada para tratar assaduras, arriscamo-nos a comprometer a eficácia do tratamento antifúngico quando dele precisamos, pois os fungos, tal como as bactérias, também ganham resistências.
Assim, assaduras que não passem com uma pomada simples, e em que possa haver a suspeita de sobreinfeção fúngica, devem ser sempre avaliadas para se fazer o tratamento correto.