Porque não conseguimos resistir aos bebés?
A relação entre os pais e os bebés é fundamental para a sobrevivência e para o desenvolvimento infantil. A ciência vem confirmar isso mesmo, afirmando que o bebé sabe exatamente como seduzir e despertar os sentidos e o instinto protetor dos seus cuidadores.
Porque nos parecem os bebés tão fofinhos?
Quem consegue ficar indiferente aos olhos, ao sorriso, à gargalhada, ao pequeno nariz ou às bochechas fofinhas de um bebé? Quem consegue resistir ao cheirinho a bebé, barulhinhos e à pele macia? Apesar de sabermos há muito tempo que os bebés são muito fofinhos, cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriram que toda esta “fofura” tem, na verdade, um motivo muito forte para existir que é seduzir os cuidadores garantindo, assim, a sua sobrevivência.
O novo estudo concluiu que todas as características que associamos aos bebés reforça o nosso instinto de cuidar, de proteger e outras emoções complexas, comportamentos esses que asseguram a sobrevivência dos bebés nos primeiros meses de vida. Segundo estes investigadores “As crianças conquistam-nos explorando todos os nossos sentidos, o que torna a fofice dos bebés numa das mais básicas e poderosas forças que moldam o nosso comportamento”.
Os bebés despertam o instinto de proteção e o desejo de cuidar dos pais não só pelo seu aspeto físico mas também pelo cheiro e sons que reproduzem, poderosos afrodisíacos aos quais os adultos não conseguem resistir. Assim, “ser fofo” é muito mais do que isso. Ser fofo é um forte mecanismo de proteção que assegura a sobrevivência dos bebés, tão dependentes do envolvimento, atenção, carinho e cuidados parentais.
De acordo com Morten L. Kringelbach, professor de neurociência e investigador do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford e um dos autores deste estudo, “Esta é a primeira evidência que demonstra que ser fofo ajuda os bebés a sobreviver, despoletando a vontade de cuidar, o que não pode ser reduzido a um comportamento simples, de puro instinto. Em vez disso, cuidar envolve uma complexa coreografia de comportamentos pró-sociais lentos, cuidadosos, deliberados e longa duração que ativam os sistemas de prazer cerebral, também envolvidos em experiências agradáveis como o prazer gastronómico ou ouvir música”.
Este estudo demonstra que a fofura dos bebés afeta homens e mulheres, mesmo aqueles que não têm filhos.
O mecanismo protetor que os bebés despertam em todos nós, parece ser uma forma de a nossa espécie garantir a sua sobrevivência numa fase da vida em que estamos totalmente dependentes do outro para nos prestar cuidados e proteger. Muito mais do que instinto, ser fofo é uma forma se sobrevivência.