Faz parte do nosso instinto de sobrevivência mantermo-nos em segurança. Ao sermos pais, este impulso reforça-se. Por isso, é surpreendente que a realidade nos mostre algo diferente. Continua a haver uma grande incidência de acidentes com crianças, e com consequências graves e irreparáveis, como a morte.
De facto, todos nascemos equipados com um kit de segurança para superarmos as dificuldades do dia-a-dia. Contudo, as crianças, seres frágeis e inexperientes, carecem da proteção de um adulto para evitar situações perigosas e de ajuda para ultrapassar as dificuldades quotidianas.
O mundo atual apresenta uma infinidade de situações adversas e é para elas que os pais devem voltar a sua atenção, adquirindo novos hábitos e rotinas. O bom senso e a capacidade de manter o seu filho em segurança não estão legislados e devem partir de si.
Educar para a prevenção. Depois do acidente ter acontecido, não mais nos resta senão lidar com as consequências dele. Atuar preventivamente é um ponto de partida para criarmos nas nossas crianças a capacidade e independência de se desenvolverem e atuarem em segurança.
Proteger as crianças de uma forma sustentável, para que se mantenham seguros mesmo quando não estamos por perto, passa por lhes explicar as situações mais problemáticas e esclarecer os perigos. A linguagem utilizada e a mensagem devem ser adequadas à idade da criança para que seja clara e percetível.
Na pequena infância, os processos mentais da criança ainda não são abstratos e a aprendizagem faz-se por imitação e através da vivência de situações de causa-efeito. Concretize os exemplos e use conceitos concretos como queimar, doer, picar, em vez de “é perigoso”. “Não mexas aí porque é perigoso” é uma mensagem evasiva, nada concreta e de difícil interpretação. Diga antes: “Não mexas aí porque podes cair e magoar-te.”.
As dicas de segurança que todos conhecemos foram passando de geração em geração e estão cheias de clichés, contudo, não as deve desconsiderar. Por isso:
- Assuma a responsabilidade da segurança dos seus filhos.
- Não ignore os sinais de perigo e aja sempre segurança, preventivamente. Não acredite que o mal acontece só aos outros!
- Atue para a segurança coletiva.