O ferro é um mineral muito importante até durante a gestação, cuja função principal é transportar oxigénio pelo corpo. Assim que o bebé nasce, o ferro é passado pela mãe através da amamentação, desde que esta tenha uma alimentação saudável e com o aporte necessário deste nutriente. Contudo, por volta dos 9 meses de idade, o leite materno deixa de suprir as necessidades de ferro do bebé, pelo que pode ser nesta altura introduzida as refeições sólidas.
Na dieta, são então incluídos alimentos ricos em ferro por forma a prevenir uma possível anemia, condição que chega a atingir cerca de metade das crianças nascidas nos países em desenvolvimento até aos 4 anos de idade.
A sua carência pode ter repercussões no desenvolvimento não só fetal como também infantil. Quando se está perante um caso de deficiência em ferro o sintoma mais observado é o cansaço ou fraqueza extrema.
Importância do ferro para o bebé
O ferro é um dos principais componentes da hemoglobina, que dá a cor vermelha ao sangue, e oxigena os tecidos e e órgãos do corpo, nomeadamente os pulmões.
A carência deste nutriente pode ser constatado através de análises sanguíneas (mais precisamente da hemoglobina e ferritina – proteína que armazena o ferro no corpo -). Quando os níveis destas duas estão abaixo do normal pode considerar-se que existe um quadro de anemia. Mas atenção que não é tão linear quanto possa parecer. Pode haver outras patologias ou condições de saúde que façam baixar os seus níveis, sem que haja necessariamente uma anemia ferropriva – designação correta para deficiência de ferro.
Necessidade do ferro no bebé
Nos primeiros meses, a quantidade de ferro que o bebé precisa é providenciado pelo leite materno. Contudo, quando este se começa a mexer mais e entra numa fase muito rápida de desenvolvimento, entre os 6 e os 12 meses de idade, as necessidades mudam.
Enquanto a partir dos seis meses até perfazer um ano a necessidade de ferro por dia é de 11mg, esse valor é substancialmente mais baixo nos primeiros meses de vida – 0,27 mg de ferro/dia.
Quando se menciona quantidades de ferro por dia não tem de ser necessariamente por dia, podendo esta ser contabilizada semanalmente.
Normalmente, essas necessidades são supridas através da ingestão de alguns alimentos. Mas, nem sempre é assim. Há casos em que é recomendável fazer uso da suplementação – determinado pelo profissional de saúde e nunca por autorecriação.
No caso do bebé ingerir leite de fórmula, pode optar por um produto com maior quantidade de ferro. Mas, mais uma vez, é aconselhável debater o assunto com o médico assistente.
Sintomas de deficiência de ferro
O corpo manifesta sinais quando os níveis de ferro no sangue não estão de acordo com as necessidade do indivíduo. Os sintomas mais comuns são:
- Fadiga extrema;
- Palidez;
- Tonturas;
- Sonolência.
Além disso, na sequência de uma carência vitamínica tanto o crescimento como a aprendizagem e o apetite do bebé podem ficar comprometidos. Por conseguinte, o sistema imunológico do pequeno enfraquece, ficando este mais propício a apanhar infeções.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 50% das crianças brasileiras até aos 4 anos têm anemia devido à deficiência de ferro. Trata-se de um problema mais comum entre os 6 e os 12 meses, altura em que devido ao rápido desenvolvimento as necessidades de absorção deste mineral aumentam exponencialmente.
Geralmente, é também nesta fase que se começa a introdução alimentar. Esta é uma fase diferente para os bebés, porque passam a explorar outros sabores, texturas, ver cores nos alimentos, e desafiante para os pais que nem sempre conseguem dar aquela refeição até ao fim. Perante algumas resistências dos bebés face a determinados alimentos, os pais tendem a desistir por cansaço. O problema é que isso pode originar défices vitamínicos. Daí a importância de insistir em alimentos ricos em ferro.
Alimentos ricos em ferro
Abaixo fica uma lista de alimentos ricos em ferro
- Carnes Vermelhas, como a vitela (normalmente recomendada pelos pediatras por ser bem tenrinha);
- Peixes;
- Vegetais de folha verde-escura, como a espinafre, rúcula e couve, por exemplo;
- Gema de ovo;
- Frutas, em especial a laranja, banana, maçã e pêssego;
- Batata-doce;
- Beterraba, na sopinha por exemplo;
- Cereais, como trigo e aveia.
Se verificar que o seu bebé anda mais cansado, com pouca energia ou com algum sinal diferente do habitual, consulte o médico assistente para que se possa excluir a hipótese de uma anemia.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.