O leite e as crianças: importância e recusa
Enquanto lactente, o leite materno (exclusivo até aos 6 meses de vida), satisfaz as necessidades energéticas e nutritivas da criança.
No entanto, com o seu crescimento a diversificação alimentar inicia-se, e os produtos lácteos continuam a desempenhar um papel fundamental na alimentação.
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- Os leites de crescimento na dieta infantil
O leite e as crianças: importância e recusa
A partir do primeiro ano de vida, e desde que a criança não seja alérgica ou intolerante a algum constituinte do leite, pode iniciar-se a introdução do leite de vaca, embora as recomendações da Organização Mundial de Saúde sugiram que o leite de fórmula (em pó) deva ser fornecidos durante mais tempo (de forma a controlar à ingestão proteica).
Muitos são os estudos que mostraram que o leite é um alimento interessante, pois é rico em proteínas de alto valor biológico que beneficiam o crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, e que garantem um aporte proteico nos adultos. No entanto, são alimentos com algum teor de gordura (essencialmente saturadas) e constituídos por um hidrato de carbono (lactose) que pode trazer alguma intolerância maior dificuldade de digestão em algumas pessoas (principalmente a partir da idade adulta).
Riqueza nutricional
É também de salientar que nutricionalmente, os produtos lácteos são muito ricos em minerais e vitaminas importantes para o bom desenvolvimento da criança, tais como cálcio, fósforo, potássio, riboflavina (B2) e vitamina A.
O cálcio, altamente fornecido neste alimento, é essencial para o desenvolvimento, manutenção e formação do esqueleto, para o correto funcionamento das articulações, para uma boa dentição e ainda desempenha algumas funções relacionadas com a transmissão nervosa e coagulação muscular, entre outras. Este requisito relacionado com o cálcio é ainda mais importante durante a infância e adolescência, porque nesta fase os ossos encontram-se num estado de rápido crescimento, pelo que é necessário para fortalecê-los.
Além disso, excelente relação custo/qualidade, torna-o de grande importância na satisfação de algumas necessidades nutricionais das crianças, contudo, a ingestão excessiva de leite poderá levar a aportes excessivos de proteína em idades mais jovens. Neste sentido, ao analisarmos a Roda dos Alimentos Portuguesa podemos perceber a existência do distinto grupo de alimentos que inclui o leite, queijo e o iogurte, e que prevê o consumo de duas a três porções por dia destes alimentos. Isto significa que, as crianças devem consumir entre 0.4 -0.6 Litros por dia (aumentando à medida que vão crescendo) e enquanto adolescentes até 0.75 litros de leite e seus derivados.
E quando a criança rejeita o leite de vaca?
E por falar em derivados, sabemos que existem algumas crianças que desde cedo rejeitam o leite de vaca (seja ele qual for) ou porque não gostam do sabor ou do cheiro ou porque não se sentem bem com este alimento. Por vezes torna-se complicado para os pais lidarem e resolverem esta situação. Claro está que o leite não é igual aos iogurtes e ao queijo, mas estes dois últimos alimentos podem compensar a falta do leite.
O iogurte é um tipo de leite fermentado, que se distingue dos demais pelo tipo de fermentos específicos que o compõe. Será importante referir que 1 copo de leite de 250ml equivale a 2 iogurtes em praticamente todos os seus componentes.
O iogurte é assim um alimento de nutricionalmente interessante e tem ainda a vantagem de ter a presença dos fermentos lácteos vivos. É rico em proteínas de elevado valor biológico, minerais e vitaminas, fornece energia e tem uma composição lipídica equilibrada. Já as bebidas de origem vegetal como é a soja, ainda que tenham um conhecido potencial alérgico, os leites à base de soja são uma das alternativas recomendadas por pediatras a bebés filhos de pais vegan, com alergia às proteínas do leite de vaca ou até com intolerância à lactose.