Como estimular a criança a conhecer-se a si mesma?
Brincar, vivenciar diferentes experiências e desempenhar diferentes papéis, ajuda a criança a conhecer-se a si mesma como um ser individual e único ao mesmo tempo que aprende a reconhecer objetos, a explorar o mundo de forma criativa e a adquirir novos conhecimentos sobre o que a rodeia.
Como estimular este autoconhecimento através do brincar?
1. Experiência corporal
Colocar o bebé em frente a um espelho favorece o conhecimento de si mesmo e ajuda-o a identificar-se como um ser distinto dos outros e dos objetos.
2. Experiência com cores e sons
As cores e os brinquedos/objetos coloridos são fortemente estimulantes para os sentidos do bebé. Usar folhas de celofane coloridas para fazer linhas de bandeirolas que a criança possa tocar, colocar cortinas divertidas no quarto ou um tapete de atividades com diferentes cores, texturas e sons são boas formas de proporcionar diferentes experiências e de incentivar a descoberta na relação com o corpo.
A sensação produzida pelo toque em diferentes texturas, a produção de sons distintos ao toque, a curiosidade e a investigação são formas de a criança se conhecer a si própria e descobrir o que o seu corpo pode fazer enquanto interage com o que a cerca.
3. Experiências afetivas e corporais
Quando se pega numa criança ao colo, a proximidade física, o contacto, o olhar e a troca de sorrisos, cria um clima afetivo e de bem-estar que a estimulam a querer interagir com os outros e com o mundo.
O bebé precisa de muito pouco para ser estimulado: massagens, brincar com as suas mãos, dedos e pés, virar o rosto ao som da voz da mãe, tentar alcançar um brinquedo colocado a curta distância, ouvir músicas e lengalengas, …
4. Explorar e conhecer o mundo
Brincar ajuda o bebé a reconhecer o que o seu corpo consegue fazer desenvolvendo a sua vontade de ir mais longe, fazendo sempre mais. Enquanto faz isto, desenvolve a sua criatividade e as suas competências motoras de forma natural e gradual.
Ao brincar, a criança posiciona e roda o corpo para explorar os objetos, arrasta-se e gatinha para os alcançar, treina os movimentos dos braços atirando-os para o ar ou para o chão…
Levar os brinquedos à boca também é uma forma de explorar os objetos e de sentir diferentes texturas. Estas experiências ajudam a criança, por exemplo, a distinguir o que é mole/duro apesar de só mais tarde conseguir compreender estes conceitos.
Tapetes de atividades com diferentes texturas e cores, brinquedos com rodinhas e fio para puxar e empurrar, guizos coloridos, brinquedos com diferentes sons ou uma cadeira de balouço, são formas estimulantes de a criança agir sobre os objetos enquanto explora os movimentos do seu corpo, a visão e a audição.
5. Experiências expressivas
Os jogos de “desaparecer” e “reaparecer”, que motivam o bebé/criança a expressar-se, como fazer “cuco” com uma fralda, esconder um objeto e fazê-lo aparecer de repente ou brincar às escondidinhas, estão entre as preferidas. Este tipo de jogos ajudam a criança a aprender as expressões orais e gestuais, o significado dos movimentos e as regras mas, também, despertam a curiosidade e desafiam a sua mente em desenvolvimento.
Gradualmente, o bebé compreende que os objetos não desaparecem quando saiem do seu campo de visão. Eles continuam a existir, assim como, as pessoas, o que é uma descoberta bastante tranquilizante.
Mas só quando o bebé tem a iniciativa de começar uma brincadeira e de a conduzir, escolhendo se se vai esconder a si próprio ou ao boneco, é que há aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. A partir desse momento, a criança age por vontade própria com base nas suas decisões.