Há estudos que comprovam que o contacto positivo com os avós faz as crianças mais seguras, independentes e mentalmente fortes. Conheça todos os benefícios de uma boa relação entre avós e netos.
Quem não se lembra das batatas fritas estaladiças que a avó fazia como ninguém? E do sorriso do avô quando nos ia buscar à escola?
E somos capazes de apostar que poucos serão os miúdos que nunca nos ameaçaram a nós (terríveis pais tiranos), que iam viver com os avós, só porque lhes retirámos o tablet por não arrumarem os brinquedos!
Diz-se muito em Portugal que os pais educam e os avós estragam os nossos filhos pois são mais permissivos e indulgentes.
Será essa ideia realmente verdade? Pelo menos, não é isso que sucede aos olhos da ciência, pelo contrário. Há estudos científicos a demonstrarem que as crianças com uma relação próxima com os avós são, sim, mais fortes.
Vejamos, então, o que diz a ciência sobre a fantástica influência dos avós na educação das crianças.
As crianças ficam dotadas de um precioso sistema de suporte
As crianças que crescem próximas dos avós apresentam menos problemas emocionais e comportamentais. Este facto foi comprovado por um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Estas crianças ficam ainda com melhores ferramentas para conseguirem ultrapassar eventos traumáticos na sua vida. Um eventual divórcio dos pais ou “bullying” na escola são bons exemplos.
Aumenta a resiliência das crianças devido à sua identidade intergeracional
A perceção da história familiar da criança proporciona-lhe a construção de uma identidade intergeracional. A criança fica a saber qual é o seu lugar na família, e mais importante, que tem um lugar, o que a torna mais resiliente. Isto ajuda-a a sentir-se em controlo da sua vida, mesmo se o mundo à sua volta parecer fora de controlo.
Em termos práticos, quando a criança sabe que escola a mãe frequentou ou em que clube de futebol o avô jogou, dá-lhe uma sensação de pertença. As histórias de vitórias e fracassos da família ajudarão a criança a resolver os seus próprios desafios.
As crianças aprendem a conviver e a compreender os mais velhos
Crescer em contacto com os avós é a melhor forma de as crianças estabelecerem laços com as gerações mais velhas. As crianças vão crescer a compreenderem e a sentirem empatia pelos mais velhos.
Segundo um estudo conduzido pela Universidade de Liège, na Bélgica, as crianças de sete a 16 anos de idade que tinham uma boa relação com os avós eram menos propensas a serem negativas para com os adultos mais velhos. Por outro lado, as crianças com uma relação distante com os avós eram mais propensas a terem uma visão negativa sobre a velhice.
As crianças ficam protegidas contra a depressão na idade adulta
Um estudo da Universidade de Boston, EUA, associou um bom relacionamento emocional entre avós e netos com menos índices de depressão. Isto aplica-se tanto para os avós como para os netos na idade adulta.
Se, por um lado, os netos adultos beneficiam com a experiência de vida e conselhos proporcionados pelos avós, estes são expostos às novas ideias transmitidas pelos netos. Isto só pode beneficiar a saúde mental em novos e mais velhos!
Cuidar dos netos faz aumentar a longevidade nos avós
Os relacionamentos intergeracionais são, como se viu, benéficos para os envolvidos e para a sociedade em geral. Mesmo que netos e avós não vivam fisicamente próximos, um bom relacionamento torna-os mais resilientes e fortes. Para os avós, há também ganhos: tornam-se mais saudáveis.
Um estudo comprovou que cuidar dos netos pode fazer aumentar a longevidade em cerca de cinco anos. Os participantes eram idosos alemães com 70 a 100 anos de idade.
Traduzido e adaptado de Motherly