É sobejamente reconhecido que brincar, falar, cantar, ouvir música, interagir carinhosamente e estimular precocemente os bebés é determinante para um desenvolvimento saudável e harmonioso. Mas brincar e conversar com os bebés mais novos deixará memórias para o futuro?
Estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos sugere que sim. Mas o estudo revela outro dado curioso: nas suas memórias, os bebés só se lembram das coisas boas.
Os bebés têm a incrível capacidade de guardar apenas as coisas boas nas suas memórias, rejeitando as experiências negativas ou desagradáveis ou, dito de outra forma, os bebés parecem mais propensos a recordar certos acontecimentos e experiências quando a estes se associam emoções positivas.
Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo por cientistas norte-americanos.
Bebés só se lembram das coisas boas. Como chegaram os investigadores a esta conclusão?
Esta descoberta resultou de uma experiência levada a cabo com um grupo de bebés com 5 meses de idade.
Foi mostrado um conjunto de imagens (desconhecidas e familiares) aos bebés, cujas reações foram gravadas em vídeo com o objetivo de monitorizar os movimentos oculares dos bebés. No geral, os bebés prestavam mais atenção e dedicavam mais tempo a observar imagens desconhecidas ou seja, demonstraram apetência por coisas novas.
Numa segunda fase da experiência, os bebés foram colocados numa sala fechada, na presença de um monitor de computador. Os bebés foram expostos a vídeos com pessoas ora a falar com uma voz feliz, ora com uma voz neutra ora com uma voz zangada. Imediatamente após dada exposição emocional, era mostrada uma forma geométrica no ecrã.
Para testar a memória dos bebés, os investigadores fizeram testes de acompanhamento 5 minutos depois e no dia seguinte. No teste de seguimento, foram apresentadas duas formas geométricas lado a lado: uma nova e a original do estudo. O número de vezes e o tempo que os bebés dedicavam a olhar para cada imagem foi novamente monitorizado.
A memória dos bebés não melhorava se a forma geométrica fosse associada a uma voz com um tom negativo mas a sua performance melhorava significativamente quando a imagem era associada a uma voz feliz.
Conclusão: os bebés só pareciam reconhecer as figuras geométricas que foram apresentadas em conjunto com vozes e rostos felizes, sugerindo que os bebés guardam apenas as memórias associadas a emoções positivas.
Quando o desenho havia sido acompanhado por uma voz neutra ou zangada, os bebés pareciam nem se lembrar dele. Nesse caso, passavam o mesmo tempo a olhar para os dois desenhos – o novo e o familiar – como se ambos fossem novidade.
“Acreditamos que o que acontece é que as coisas positivas estimulam os sistemas de atenção e excitação dos bebés.”, afirma o neurocientista Ross Flom, um dos autores da pesquisa. “Quando esses sistemas são estimulados, a capacidade dos bebés para processar e memorizar os padrões geométricos parece ser aumentada.”, conclui.
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