Como lidar com as birras?
À medida que o bebé cresce e começa a lidar com a realidade à sua volta é natural que se sinta frustrado quando não consegue obter o que deseja. Muitas vezes, essa frustração manifesta-se através de birras. Estando ou não em casa, as birras podem transformar-se em momentos de angústia para os pais que não sabem como lidar com a criança.
O bebé pode começar a fazer birras a partir do 10º / 12º mês de vida quando já está bem consciente de si e dos outros. O bebé pode chorar ou fazer a carinha típica do bebé desconsolado. Também pode espernear braços, mãos e pernas como sinal do seu desagrado perante uma situação que não consegue controlar ou quando uma vontade não é satisfeita no imediato.
A birra é um comportamento que, se não for contrariado precocemente, pode levar a criança a interiorizá-lo como meio aceitável de se manifestar ou levar os outros a fazer o que deseja. Pais e educadores devem atuar o mais cedo possível e ensinar à criança formas alternativas para manifestar as suas vontades e lidar com as inevitáveis frustrações com que se depara no dia a dia.
Também é fundamental ser coerente na educação e nos princípios que transmite ao seu filho em todas as fases do seu desenvolvimento. Só assim a criança consegue balizar os seus comportamentos e adaptar-se às situações.
Algumas dicas que ajudam a lidar com as birras:
1 Introduza a palavra “não” logo que o bebé começa a compreender as indicações que lhe são dadas. Mostre desagrado por comportamentos negativos e satisfação quando o bebé corresponde de forma positiva. A palavra “não” é uma das primeiras palavras cujo significado o bebé apreende. Reforçe bem o motivo da negação usando expressões como “Não, não mexas, queima!”, “Não, não subas, podes cair!”.
2 Concentre-se no incentivo positivo. Quando o bebé corresponde ao que lhe é solicitado, mostre o seu agrado e reforce esse comportamento. Sorria e elogie o bebé quando reproduz o comportamento desejado por iniciativa própria.
3 Não reaja a provocações nem incentive a birra. Se a criança compreender que determinado comportamento a leva a conseguir o que deseja, é natural que o volte a repetir. Se a criança fizer uma birra sem motivo aparente e estiver em segurança, ignore-a. Se a birra ocorrer num local público, não ceda à vergonha.
4 Converse e ouça os motivos da criança. Explique claramente o motivo do “não” de forma assertiva, para que a criança compreenda as circunstâncias da negação. Mantenha um tom de voz baixo e tranquilo. Não sobrevalorize a birra nem se mostre exaltado. Quando a criança se aperceber que fazer birras não é a melhor estratégia para conseguir o que pretende, vai desistir e deixar de manifestar as suas contrariedades através da birra.
5 Não se deixe vencer pelo cansaço. Se a criança tiver um padrão de birras sempre que é contrariada, mantenha-se firme. Mais cedo ou mais tarde, o comportamento vai alterar-se e a paciência compensa. Tente compreender os sentimentos que motivam a birra, ouça, converse e conforte a criança caso se sinta ansiosa ou com vontade de se expressar. Ajude o seu filho a compreender e a lidar com as novas emoções.
6 A segurança em primeiro lugar. Não vacile em usar o “não” sempre que a criança tiver um comportamento que possa pôr em causa a sua segurança. Explique sempre os seus motivos de forma calma e as consequências do comportamento da criança para a sua própria segurança. Concentre-se no incentivo positivo.
