A falta de atenção é um dos problemas que muitos pais e educadores referenciam como prioritários no desenvolvimento das crianças.
De facto, a perturbação de hiperatividade e défice de atenção tem ganho imenso destaque nos media e o seu diagnóstico tem sido cada vez mais comum e em idades cada vez mais precoces.
Independentemente da perturbação existir ou não, a falta de atenção condiciona em muito as atividades da criança, com dificuldades quer na escola, quer na interação com os pares, nas suas brincadeiras por exemplo.
Compreender este fenómeno é importante para os pais, já que muitas vezes apenas vêm a criança como sendo “irrequieta” ou como fazendo parte do seu “feitio” esse tipo de comportamentos.
A falta de atenção condiciona a criança para a tarefa que está naquele momento a executar, dividindo a sua energia entre várias tarefas em vez de uma só.
Isto pode influenciar o desempenho (que se refletirá nas notas da escola, por exemplo), mas também o seu desenvolvimento a longo prazo, uma vez que a concentração é uma competência que pode ser treinada, assim como a falta de concentração também, neste caso indiretamente.
Diagnóstico o quanto antes
Se enquanto pai ou educador notar algo de incomum na criança relacionado com a falta de atenção ou distração, o primeiro passo é a procura de ajuda especializada que permita um diagnóstico (se for o caso) e uma orientação profissional para uma intervenção estruturada nesse comportamento em específico. Quanto mais cedo se intervir, mais fácil será a correção dos fatores que possam estar a condicionar um desenvolvimento estável fruto dessa falta de atenção.
Mais distrações, menos concentração
A quantidade de estímulos a que as nossas crianças são expostas é muito grande, numa panóplia de ferramentas que vão desde tablets, a telemóveis, a jogos, brinquedos, entre outros. No entanto pode ser um indicador importante observar se a criança se consegue concentrar num jogo de PC durante um certo período de tempo.
Se isso acontecer, pode-nos indicar fatores relevantes sobre o seu défice de atenção, sendo possível associar este a questões motivacionais. É muito mais atraente para a criança um jogo de computador do que fazer os trabalhos de casa. Neste caso a capacidade da criança estar atenta e focada existe, mas só para certas atividades.
Recompensas e motivação
Trabalhar as recompensas é muito importante, fazendo com que a criança compreenda que tem espaço para a brincadeira, mas que também tem que ter para as suas obrigações.
Negociar as horas em que se fazem os trabalhos de casa pode ser uma boa estratégia que fará com que ela se concentre em determinados momentos naquela tarefa em específico, desenvolvendo o sentido de responsabilidade sem nunca deixar a brincadeira de lado.
A atenção é muito variável, seja nas crianças seja em todos nós. Se estamos entusiasmados com determinada coisa, muito provavelmente iremos focar-nos nisso esquecendo tudo resto.
Em todo caso sabemos que não podemos esquecer o trabalho em detrimento do que vamos fazer no fim de semana. Para nós essa distinção existe e essa responsabilidade também.
Para a criança também é importante que se desenvolva, para que possa tirar satisfação das brincadeiras e orgulho pelas tarefas que cumpriu com brio e com responsabilidade.