Entre pais e filhos surgem muito frequentemente mal-entendidos que inevitavelmente acabam em discussões.
Ser mãe/pai é de facto um grande desafio e por isso os pais são por vezes suscetíveis de cometer erros ao tentarem fazer o melhor aos seus filhos e em certos momentos acabam por esquecer os passos necessários para chegarem a um caminho mais construtivo na sua educação.
Nesse sentido, deixo aqui alguns conselhos sobre como lidar com um conflito da criança.
1. Dar tempo à criança para se acalmar
A primeira coisa a fazer é acalmar a “tempestade”. Depois de uma discussão e do nervosismo que dela advém, é frequente que algum ressentimento lidere o caminho, contudo, desta forma é impossível chegar a qualquer resolução. Muitas vezes, numa situação de discussão, a criança opõe-se a qualquer diálogo, de forma a que o importante é dar-lhe tempo para refletir sobre o sucedido.
2. Escolher bem o momento para clarificar a questão
Depois do conflito, dê-lhe tempo e espaço. Ao fazê-lo, a criança poderá muito provavelmente sentir a necessidade de abordar o assunto consigo. Porém, se vir que esta ainda está agressiva ou ressentida, não prolongue muito a conversa pois há a tendência para a discussão se arrastar para outros assuntos agravando-a ainda mais. O melhor momento para conversar será quando os sentimentos mais negativos da criança desaparecerem, o que é bastante fácil de detetar.
3. Compreender as necessidades e as razões da criança
Tente ver a questão através dos olhos do seu filho. Por vezes os pais perdem um pouco a visão do mundo que uma criança pode ter, porque estão demasiado absorvidos na difícil tarefa de lhes ter de dar uma educação e da crença extrema de que no momento estão a agir única e exclusivamente para o seu bem.
No entanto, lembre-se que já foi uma criança e procure entender quais as razões que levaram ao conflito. Tente entender as necessidades da criança e a forma como esta está a percecionar o conflito, no sentido de conseguir resolvê-lo de uma forma positiva e benéfica.
4. Apostar no diálogo positivo
O diálogo é fundamental e deve ser feito de uma forma aberta e calma. Mantenha um tom calmo e o menos autoritário possível. Ao fazê-lo, estará a demonstrar que compreende que as suas próprias escolhas e decisões também afetam a criança, diminuindo as barreiras criadas entre ambos. Tentar comunicar o máximo possível e ter a capacidade de admitir, num determinado momento, que também errou, levará a criança a falar mais abertamente sobre a situação e a criar uma maior proximidade entre ambos.
Ouça abertamente o que o seu filho tem a dizer, deixando-o apresentar as suas razões para se sentir daquela forma. Um dos dois, certamente, terá de “apresentar provas” do que o outro diz, e assim o conflito será resolvido de uma forma muito natural.
As punições e acusações são totalmente inúteis, aumentando o afastamento entre ambos e exacerbando os conflitos.
Lembre-se fundamentalmente, que um coração sincero e aberto ao diálogo, não o faz “perder pontos” em posição de autoridade, como pai/mãe, mas sim ganhar confiança e credibilidade aos olhos do seu filho.