Até aos 12 meses: medo da separação, de ruídos intensos e inesperados, de quedas e de luzes fortes
O bebé precisa de se sentir aconchegado e seguro. A presença e a atenção dos pais são as melhores formas de o tranquilizar. Devem ser respeitados os ritmos do bebé e agir com ele delicadamente em todas as circunstâncias.
Dos 12 meses a 2 anos: medo de ambientes e pessoas estranhas, medo da separação dos pais
O medo da separação dos pais afeta muitas crianças. Por vezes, o bebé chora à noite só porque precisa de saber que a mãe ou o pai estão por perto e atentos às suas necessidades.
A relação de amor e confiança e que os pais estabelecem com os filhos desde o nascimento, ajuda a definir a personalidade da criança e reforça o seu grau de segurança, preparando-a, também, para este primeiro afastamento.
A ida para a creche representa uma grande mudança e motivo de grande ansiedade não só para a criança mas também para a mãe que o vai deixar por longas horas entregue aos cuidados de outras pessoas. A vida da criança, com a mãe o pai, avós ou cuidador sempre por perto durante todo o dia, dá lugar a uma vida nova, num sitio desconhecido, com outras crianças, com educadores e uma rotina completamente diferente.
Os pais devem acompanhar o bebé e estar presentes em novas situações e a mãe preparada para deixar o filho tranquilamente na creche.
Dos 2 aos 3 anos: medo do escuro, de ficar sozinha, de animais, do treino do bacio, de pessoas mascaradas
Evite surpreender a criança com situações que a podem assustar. Mostre-lhe que as fantasias são apenas uma brincadeira e que não escondem nada de anormal. Se o seu filho tiver medo de dormir no escuro, deixe parte da persiana aberta ou uma luz de presença acesa.
Cumpra a rotina do sono, leia uma história tranquila antes de adormecer e dê-lhe muitos miminhos. As crianças necessitam de um ambiente harmonioso, seguro e sem grandes alterações para se sentirem tranquilas e confortadas.
O treino para usar o bacio é uma questão que suscita muitas dúvidas aos pais e que pode causar muita ansiedade na criança se o seu ritmo não for respeitado. Lembre-se que esta nova fase é muito exigente e que envolve a aquisição de uma série de competências e de tempo para que possam ser exercitadas e interiorizadas.
Encare cada nova fase do desenvolvimento da criança com conhecimento e tranquilidade. Ajude-a a enfrentar as suas dificuldades, tenha paciência e valorize cada pequena conquista.
Dos 3 aos 5 anos: medo do escuro, de monstros, fantasmas, do escuro, de animais, da trovoada e medo de se perder
Converse com a criança sobre os seus medos e tente que perceba que são fantasias da sua cabeça. Evite contar histórias assustadoras, que impressionem a criança e aumentem a angústia na hora de deitar.
Se o seu filho tiver medo porque pensa que alguma coisa se esconde debaixo da cama, pegue numa lanterna e espreitem juntos para debaixo da cama para o tranquilizar. Encoraje a criança a falar diretamente com os seus próprios medos.
Ensine-lhe o nome completo, a morada de casa e o seu número de telefone/telemóvel. Diga-lhe como pedir ajuda em situações concretas quando estiverem nos locais. Por exemplo, se estiver num centro comercial, diga-lhe o que deveria fazer para que a encontrassem. Solicite a pulseira do programa da PSP “Estou aqui!” e explique à criança como funciona.
Explique os fenómenos naturais tal como eles são evitando explicações como “Deus está zangado e está a resmungar.” Se a criança manifestar medo, deve serená-la e ajuda-la a enfrentar o medo, mostrando-se tranquila. A criança percebe que não está em perigo e acalma.
Ensine o seu filho a substituir as imagens ou pensamentos assustadores por outros que sejam tranquilizadores e que transmitam conforto e segurança.
A partir dos 5 anos: divórcio dos pais, medo de ser esquecido na escola, de personagens assustadoras, da violência, de se perder
Ensine o seu filho a manter-se afastado de estranhos, a afastar-se, a não aceitar presentes e a não acompanhar pessoas que desconhece mantendo-se em local seguro junto de pessoas conhecidas. Garanta que percebe que não deve sair da escola sozinho e que deve procurar a ajuda de um adulto de confiança caso seja abordado por um desconhecido. Se se atrasar para o ir buscar à escola avise os funcionários e peça para informarem o seu filho que chegará mais tarde ou que outra pessoa o vai buscar.
Evite ver filmes de terror ou violentos com a criança. Ajude-a a perceber o que é a realidade e a ficção.
A partir dos 6-7 anos: medo da própria morte e da perda/morte dos pais, medo da rejeição social
A partir desta idade, a criança toma consciência que a morte é algo irreversível. A perda de alguém próximo pode dar origem a muitas dúvidas e anseios sobre a sua própria vida e a dos pais. Após o contacto com a morte, algumas crianças desenvolvem medos sobre determinados locais e circunstâncias que relacionam com esse acontecimento.
Podem torna-se nervosas, ansiosas e pouco confortáveis quando confrontadas com situações que relacionam com a morte como a ida ao hospital, o som da sirene de uma ambulância, uma doença ou a ida a uma consulta.
Se a criança fizer perguntas sobre a morte, diga a verdade de forma delicada e apropriada à idade/maturidade da criança, reconforte-a mas sem promessas que não pode cumprir. Converse, ajude-a a perceber como pode ultrapassar esse medo e pergunte-lhe o que pode você fazer para que se sinta segura.
Tenha paciência e compreensão, apoie, faça companhia, dê apoio, mantenha as rotinas, dedique mais tempo às atividades em conjunto e evite que a criança se sinta incompreendida, isolada e abandonada.