Provavelmente já leu e ou alguém a aconselhou a não exagerar no colo que dá ao seu filho, pois isso poderá torná-lo numa criança demasiado mimada.
No entanto, sabemos que entre as gerações ancestrais os bebés costumavam passar de colo para colo. Quem está certo?
Um estudo recente da Universidade de Notre-Dame, nos Estados Unidos, poderá ajudar com a resposta.
O estudo conduzido por Darcia Narvaez, psicóloga naquela universidade, indica que as crianças que crescem com mais colo e carinho tornam-se adultos mais saudáveis, mais bondosos, mais empáticos, mais produtivos e menos deprimidos.
Para o estudo, a autora contou com a participação de 600 adultos, tendo apurado que os que tinham recebido carinho na infância tinham-se tornado adultos bem ajustados, com uma melhor saúde mental e menos ansiedade.
A autora concluiu igualmente que os participantes que tinham tido uma boa infância, com bastante afeto e atenção eram no presente adultos mais saudáveis e com melhores capacidades para enfrentar adversidades.
Darcia Narvaez acrescenta que não só é impossível mimar em demasia um bebé, mas que ao deixá-lo chorar poderá inclusivamente danificar o desenvolvimento do mesmo.
Segundo a investigadora, “o que os pais fazem nos primeiros meses afeta substancialmente a forma como o cérebro se irá desenvolver durante o resto da vida”, o que os bebés necessitam é receber muito colo, contacto físico e de serem embalados. Crescem muito melhor dessa forma.
É preciso mantê-los calmos porque todo o tipo de sistemas estará a definir o seu funcionamento.
Se os deixarmos chorar muito esses sistemas irão facilmente desencadear stress. Isso pode ser observado na idade adulta, com os adultos que não receberam cuidados apropriados tendem a ser mais reativos ao stress e têm mais dificuldades para se acalmarem”.
A psicóloga evoca a evolução humana que foi definida há cerca de 30 milhões de anos atrás e modificada através da evolução humana.
Segundo Darcia Narvaez, os nossos ancestrais desenvolviam-se num meio cheio de cuidados: presença física constante e muita afetividade, amamentação prolongada, experiências perinatais naturais e envolventes, sensibilidade aos sinais de choro do bebé, interação lúdica com os amigos e prestadores de cuidados e uma comunidade de prestadores de cuidados afetuosos e atentos.
A autora defende que os nossos ancestrais não eram os brutos que pensamos terem sido, mas antes criaturas cooperantes e sensíveis.
Sendo assim, a mensagem para os pais é clara: proporcionem muitos mimos, muito colo, muito afeto e constante contacto físico aos vossos bebés!