O meu filho gagueja! O que devo fazer?
A disfluência durante a aquisição e o desenvolvimento da linguagem da criança não se trata de gaguez propriamente dita, mas sim um processo normal e inerente à aquisição da linguagem que surge frequentemente entre os 2 e os 5 anos de vida.
É fundamental a procura de ajuda especializada junto de um terapeuta da fala que poderá analisar, avaliar e intervir ao nível das dificuldades demonstradas pela criança. Além de uma intervenção focada nas dificuldades na fala, respiração e voz, o papel do terapeuta da fala é muito mais abrangente.
Assim, é igualmente importante envolver, informar e mobilizar a família e os demais interlocutores para desenvolverem estratégias que ajudem, não só a produção de fala da criança, mas também as reações e as atitudes destes perante a criança quando gagueja:
- Fale devagar e calmamente com o seu filho/a, fazendo da comunicação um momento agradável para a criança. O facto de esperar 1 ou 2 segundos antes de responder pode ser uma ajuda para trazer tranquilidade durante o diálogo com o seu filho/a.
- Utilize pistas-não verbais enquanto a criança fala com o adulto: estabeleça contacto ocular; assuma uma atitude de escuta ativa; adote uma postura de serenidade, demonstrando afeto e compreensão, enquanto a criança fala.
- Evite mostrar sinais de ansiedade ou aborrecimento perante situações de gaguez.
- Evite usar expressões do tipo “fala devagar” e “tem calma!”, uma vez que estas expressões podem por si só gerar frustração e ansiedade na criança, dificultando ainda mais a comunicação.
- Evite colocar demasiadas perguntas à criança, procurando em vez disso, realizar comentários ao que esta está a dizer.
- Dê tempo para a criança responder.
- Evite interromper e completar os enunciados da criança, visto que esse comportamento poderá ser entendido por esta como uma dificuldade, aumentando a insegurança e a ansiedade para a criança falar numa próxima vez.
- Envolva os familiares, educadores e professores no recurso às estratégias enunciadas no sentido de ajudar a criança a falar noutros contextos e perante outros interlocutores!
Referências bibliográficas: The Stuttering Foundation; Associação Brasileira de Gagueira; American Speech-Language-Hearing Association
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