Aproveitar os erros para aprender
Os erros podem ser excelentes oportunidades de aprendizagem se os pais usarem as ferramentas certas para ensinar a criança a compreender as regras e a perceber que todas as ações têm consequências.
As crianças aprendem melhor quando se sentem seguras e compreendidas.
Quando a criança tem um comportamento que os pais não aprovam, é mais eficaz explicar calmamente os motivos dos pais do que castigar, gritar ou proibir. Se explicarmos claramente porque é que determinado comportamento não é aceitável, a criança irá compreender, aceitar e corrigi-lo.
A experiência é uma forma prática e eficaz de dar a conhecer as regras. Ajuda a criança a balizar o seu comportamento, a conhecer-se a si própria e aos seus limites, a aprender as normas de convivência com os outros, seja em casa, na escola ou em qualquer outro contexto social.
Assumir a responsabilidade pelos atos cometidos
Quando as regras são explicadas e claramente compreendidas, mas a criança insiste em manter o mesmo comportamento, pode ser preciso usar outras técnicas. Uma delas são as consequências. A criança tem que compreender que crescer traz responsabilidades e que deve estar preparada para assumir e lidar com as consequências dos seus atos.
Claro que aqui falamos de consequências razoáveis, com o objetivo de levar a uma aprendizagem e não a humilhar ou a causar sofrimento físico ou emocional à criança.
Aprender com os erros
Aprender com os erros é levar a criança a refletir sobre os seus comportamentos, o que os motiva e a chegar a conclusões que produzam mudança. Não se tiram grandes lições quando, simplesmente, se diz “Não quero que faças isso porque aqui em casa quem manda sou eu!” sem explicar porquê. Se tivermos a capacidade de conversar com a criança de forma adequada à sua idade e etapa do desenvolvimento, esta técnica funciona em todas as idades e com bons frutos para o futuro.
Vamos supor que o seu filho tem uma “certa” dificuldade em arrumar o quarto. O que faz? Vai atrás dele arrumar? Põem-no de castigo ou ajuda-o a perceber que tem que seguir por outro caminho? Neste caso, a consequência poderia ser deixar de ter roupa lavada para vestir ou não convidar os amigos para brincar.
O seu filho chegou tarde a casa e falhou a hora do jantar? A consequência poderá ser comer a refeição fria. Não fez os trabalhos de casa? A consequência poderá ser não ver televisão até ter as tarefas todas concluídas.
Criar espaço e convidar a criança (e os pais) a pensar no seu comportamento e atitudes. Fazer uma pausa também ajuda a acalmar. Depois de pais e filho pensarem, podem conversar de forma positiva sobre o que aconteceu e tirar dai lições para o futuro.
Punir ou castigar não promove este processo de aprendizagem e, mal os pais viram costas, lá está a criança a fazer exatamente o mesmo.
Porque não percebeu o que está errado, porque não sabe como fazer melhor, porque está a fazer uma birra e a medir forças com os pais sem perceber que, no fundo, a mais prejudicada é ela própria.
Porque está a pôr em causa a sua segurança, porque a vida não é fácil para ninguém, porque há lições que aprendemos na infância e que servem para toda a vida, porque há regras que temos que respeitar para viver pacificamente em sociedade, porque precisamos de saber respeitar os outros para também nós próprios sermos respeitados. E, em última instância, cabe aos pais, educar e ajudar a criança a compreender.