Segundo dados da Eurostat publicados recentemente (outubro de 2019) , Portugal encontra-se em penúltimo lugar entre os países da União Europeia (UE) com menores taxas de interrupções (7%) de pelo 6 meses na carreira devido a responsabilidades parentais em 2018.
A nossa vizinha Espanha competiu com Portugal pelo penúltimo lugar com também 7%. Abaixo de Portugal e Espanha, apenas se encontra Malta onde a taxa de interrupções na carreira devida a responsabilidades parentais foi de apenas 6% no ano passado.
No outro extremo da escala, temos a Estónia e a Lituânia entre os países da UE com as taxas mais elevadas (ambos com 35%) de interrupções na carreira de pelo menos 6 meses devido a responsabilidades parentais. Segue-se a Bulgária com 33%.
A média de interrupções laborais de pelo menos 6 meses devido a responsabilidades parentais foi de 17% entre a população da UE na faixa etária dos 18 aos 64 anos de idade. 42% da população indicou não ter interrompido o trabalho ao longo da vida para cuidar dos filhos.
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43% dos portugueses recorre a serviços de cuidados para todos os filhos
A Eurostat divulgou ainda que Portugal é um dos países da UE em que os cidadãos com responsabilidades parentais mais recorreram a serviços de cuidados (43%) para todos os seus filhos até aos 15 anos.
A Hungria (60%) e a Dinamarca (59%), encabeçaram a lista dos países da UE cujos cidadãos com responsabilidades parentais registaram um maior uso dos serviços de cuidados para todos os filhos em 2018. Seguiram-se a Eslovénia e a Letónia (ambos com 48%), o Luxemburgo (44%), Portugal (43%), a Suécia (42%) e a Lituânia (41%). No outro extremo da lista, entre os países que menos recorreram àqueles serviços, encontram-se Malta (12%), Roménia (16%), Espanha (17%), Reino Unido (18%), Croácia (20%), Irlanda, Itália e Chipre (22%). A média da UE foi de 28%.
Em Portugal, cerca de um em cada três trabalhadores na faixa etária dos 18 aos 64 anos (28,6%) tiveram responsabilidades parentais em 2018. A média da UE situou-se nos 28,9%. A liderar a tabela encontra-se a Irlanda (39,2%), seguida da Suécia (34,3%) e da França (31,9%).
As diferenças entre homens e mulheres ainda existem em relação a interrupções na carreira
Segundo a agência estatística europeia, na UE uma em cada três mulheres trabalhadoras ou que tenham trabalhado anteriormente relataram uma interrupção laboral de pelo seis meses para cuidarem dos filhos (33%), contra apenas pouco mais de 1% entre os homens.
As diferenças entre os sexos nesta área variam entre os vários países da UE: 14% na Espanha, 18% na Bélgica, 19% na Dinamarca e Holanda, chegando aos 65% na República Checa, 66% na Estónia e 67% na Bulgária.
Para mais informações visite o site da Eurostat.