De que forma educa os seus filhos?
Há muitas maneiras de educar as crianças. Não existe uma receita exclusiva nem um só caminho. O essencial reside na expressão dos afetos, no respeito mútuo, na aceitação de cada um com os seus defeitos e virtudes, na definição de regras de conduta e na coerência na educação.
Por vezes, existe a tentação de tratar as crianças como pequenos adultos e esperar delas o mesmo comportamento. Contudo, cabe aos pais explicar as normas e regras sociais de forma adequada à idade e etapa do desenvolvimento da criança para que esta consiga compreender e estruturar a sua personalidade de forma equilibrada num ambiente seguro e amoroso.
Enquanto pais, somos todos diferentes e as nossas crianças também são muito diferentes entre si, mesmo entre irmãos. Cada um tem a sua personalidade e cada família tem uma dinâmica muito própria o que faz com que uma estratégia que resulta numa família possa não obter o mesmo resultado noutra. Cada família tem que encontrar a sua fórmula para criar os seus filhos. Um caminho que faça sentido aos pais e às suas crianças.
Conhecer o estilo parental pode ser uma ajuda na definição desse percurso sendo que, de forma geral, a cada um dos estilos de educação se associam tipos de comportamento nas crianças. Estudos sobre estas questões apontam para a existência de quatro estilos parentais: autoritário, permissivo, negligente e participativo/democrático.
Pais participativos/democráticos
Pais participativos/democráticos são amorosos e disponíveis mas também firmes e consistentes na aplicação de regras e limites que fazem respeitar. Definem fronteiras e limites e explicam os seus motivos e objetivos em vez de os impor ?porque sim?. Incentivam a independência e a participação da sua criança na vida da comunidade.
Como são os filhos dos pais participativos/democráticos?
- Sociáveis
- Amigáveis
- Auto confiantes
- Independentes
- Prestáveis
- Cooperativos
- Bem-sucedidos
- Socialmente responsáveis
Pais autoritários
Os pais autoritários são firmes, duros, punitivos e emocionalmente frios e distantes. Esperam o respeito dos seus filhos com base na intimidação. Punem severamente quando os filhos não fazem o esperado e raramente demonstram amor ou afeto.
Como são os filhos dos pais autoritários?
- Pouco sociáveis
- Retraídos
- Ansiosos
- Inseguros
- Dependentes
- Obedientes
- Submissos
- Baixa auto estima
- Depressivos
Pais permissivos
Os pais permissivos são muito amorosos mas são inconsistentes na forma como educam os filhos e têm alguma dificuldade em definir e impor regras.
Não controlam nem disciplinam e, por isso, exigem pouco. As crianças não são orientadas para a vida e têm liberdade para fazer o que querem, quando querem e como querem.
Como são os filhos dos pais permissivos?
- Imaturos
- Impacientes
- Humor inconstante
- Dependentes
- Reduzido auto controlo emocional
- Agressivos
Pais negligentes
Os pais negligentes são frios e distantes e incapazes de demonstrar afeto. Não têm interesse pelo bem-estar dos filhos, pelas suas atividades ou se estão bem ou mal de saúde. Este desinteresse geral faz com que haja pouca ou nenhuma disciplina e com que os filhos não recebam qualquer tutoria para a vida.
Como são os filhos dos pais negligentes?
- Psicologicamente frágeis
- Pouco sociáveis
- Emocionalmente instáveis
- Baixa auto-estima
- Agressivos
- Baixa tolerância às necessidades dos outros
Não é surpreendente que o estilo parental com resultados mais benéficos para as crianças seja o participativo / democrático.
Lembrar o essencial:
1. Ser caloroso e disponível
A melhor coisa que podemos oferecer aos nossos filhos é o nosso amor. Podemos mostrar o nosso amor de muitas formas: abraços, beijos, parando e ouvindo, preparando refeições saudáveis, brincando juntos, tentando perceber o seu ponto de vista. Afinal, quando amamos os nossos filhos eles sentem-se verdadeiramente importantes.
2. Definir limites
As crianças precisam de limites. O mundo é um lugar grande e confuso. As regras ensinam às crianças o que é um comportamento apropriado e o que não o é: ser bem educado e respeitar os outros, respeitar a hora de ir para a cama, ver televisão e aceder a outros equipamentos com limites, fazer uma alimentação saudável, … Estabelecer limites e regras de comportamento gera um sentimento de pertença ao afirmar “é esta a forma de estar e de ser da nossa família”.
3. Ser coerente
Quando tomar uma decisão sobre uma regra ou comportamento seja coerente. Quando os pais são coerentes na forma como educam as suas crianças, elas aprendem mais rapidamente. Se mudar as regras a toda a hora ou não as respeitar dando o exemplo, a criança não vai conseguir perceber como agir.
Estabelecer regras pode ser feito de forma carinhosa, considerando os interesses da criança e explicando a razão das coisas. Trata-se de preparar os filhos para a vida, orientando-os, mostrando interesse e reforçando a cada passo os laços entre pais e filhos.