Horas e horas de treinos, ATL, dias seguidos aulas, reprimenda à criança por não ter obedecido a regras, incluindo os mais variados castigos porque não fez os trabalhos de casa na devida hora.
Ser mãe/pai não é fácil, muito mais quando a criança está tão sobrecarregada de aprendizagem e conteúdos que são essenciais ao seu desenvolvimento enquanto pessoa e enquanto elemento de uma sociedade.
De entre todas as estratégias para o desenvolvimento da criança, podia estar este ditado popular: “olha para o que digo, mas não olhes para o que faço”.
E de facto tem sido um erro muito presente nas famílias portuguesas.
Todos nós já assistimos a comportamentos menos bons dos pais na presença dos filhos.
Um deles que pela regularidade seria muito importante sanar é o estacionar em segunda fila à porta da escola, senão vejamos:
Segurança
O que acha mais seguro para o seu filho? Estacionar mal, tirar mochilas, lancheiras, levar a criança entre carros estacionados até à porta da escola, ou estacionar corretamente a 50 ou 100m conduzindo-a calmamente pelo passeio até à entrada da instituição?
Gestão de tempo
Se a família sai de casa atrasada e não tem tempo para estacionar devidamente, muito provavelmente precisa de gerir melhor o tempo. Apesar de isto parecer algo inofensivo, lembre-se que esta atitude passa para a criança e que se poderá refletir nas tarefas, quer agora (nos atrasos nos trabalhos da escola, por exemplo) quer no futuro quando tiver maiores responsabilidades e não as souber conciliar com o tempo que tem disponível.
Civismo
Uma parte substancial do desenvolvimento da criança inclui a maneira como ela se integra na sociedade em que vive. Por isso é tão importante trabalhar conceitos como é exemplo a empatia, que ajudarão a que ela saiba conviver saudavelmente com os restantes colegas seja na escola, seja na creche, seja futuramente no trabalho e nas relações sociais que irá criar. Estacionar mal à porta da escola contraria todos esses conceitos: dá a ideia de que as regras não são para cumprir e que condicionar o trânsito e a vida das outras pessoas é um bem menor em relação à própria vontade.
Por isso pense bem se enquanto mãe/pai está a ter algum comportamento que contrarie o esforço na educação que (e bem) está a ter com o seu filho.
Lembre-se que todas as atitudes contam neste processo e que quanto mais coerência existir entre o que promove e o que faz, melhor o desenvolvimento será.
Por isso dá próxima vez que quiser partilhar um ditado com o seu filho diga-lhe: “olha para o que eu digo e olha para o que eu faço”.