É possível conciliar maternidade, trabalho, tarefas domésticas, vida amorosa, amizades e garantir, ainda, tempo a sós?
Quando pensa na palavra “mãe” que palavras lhe vêm à cabeça? Lealdade, entrega, lar, ternura, esposa, família, casa… Fomos educados para associar as mães a uma imagem perfeita, sem espaço para erros ou falhas.
Mas esta visão tem sofrido drásticas alterações nos últimos anos. Os tempos mudaram e, atualmente, o sucesso na maternidade não significa apenas educar bem os filhos e fazer de tudo para que tenham um futuro promissor.
Mãe dos sete ofícios
Hoje, o sucesso de uma mulher implica ser boa mãe, uma excelente profissional, conseguir aquela promoção, manter o grupo de amigas, fazer exercício, ter tempo para levar os filhos às atividades extracurriculares, ser independente a nível económico e emocional, manter a casa arrumada e limpa, arranjar tempo para ler, planear e preparar as refeições semanais,…
Esta lista infindável de exigências e expetativas culmina, muitas vezes, na sensação de querer fazer tudo e estar em todo lado, sem isso acontecer.
Quando as mães chegam ao ponto de não acreditarem que estão a cumprir as suas funções e prioridades na perfeição, começam a desvalorizar o seu papel enquanto mãe e mulher. É o que os especialistas chamam de “síndrome da péssima mãe”.
E é perfeitamente normal sentir e ouvir falar de casos de mulheres que se rotulam como “péssimas mães”, por sentirem que não estão a cumprir as expetativas impostas pela sociedade.
“A mãe perfeita não existe, mas há um milhão de maneiras de ser uma boa mãe”
Jill Churchill
Mudar o “chip”
A verdade, é que estas pressões e altas expetativas têm um peso enorme, mas diferente em cada mulher. No entanto, cabe a si mudar o “chip” para começar a ver e a lidar com a maternidade e com a sua vida de uma forma diferente.
E não se deve sentir culpada por dar prioridade a alguns aspetos da sua vida profissional, por querer sair, por dedicar mais tempo aos seus hobbies ou, até mesmo, por querer tirar 30 minutos do seu dia para si, para estar sozinha.
Por vezes, ser mãe não é o suficiente para se sentir completa
O ideal é conseguir uma harmonia entre as suas necessidades enquanto mulher, os seus passatempos, os seus gostos, e sua vida enquanto mãe. Lembre-se que o seus filhos serão mais felizes se sentirem a mãe satisfeita, feliz e realizada.
Tome nota
Apostar na qualidade
É importante reconhecer o seu valor como mãe, não em função da quantidade, mas da qualidade de tempo que dedica dos seus filhos. Concentre-se na qualidade das relações e dos vínculos que constrói com eles.
O aqui e o agora
De que adianta estar com os seus filhos a pensar na quantidade de trabalho que tem em atraso ou os mil e um e-mails que tem por ler e responder? Ou, por outro lado, estar no escritório a pensar que não é uma boa mãe por não conseguir dedicar mais tempo às crianças? Assim nunca estará realmente em nenhum dos dois lugares, nem plenamente satisfeita. Concentre-se no aqui e no agora. Dedique toda a sua atenção aos seus filhos quando estiver com eles e permita-se desligar de tudo o resto que a preocupa ou que não interessa naquele momento.
Não compense (a falta) de tempo
Não tente compensar o tempo que não passa com os seus filhos ao comprar presentes ou outros bens materiais. Acredite que não há nada para compensar: além de mãe, você é uma pessoa, tem hobbies, tem interesses, tem compromissos. Além disso, as crianças não valorizam os presentes da forma como os pais imaginam, pois o que mais preservam são os momentos e as experiências vividas.
Proteja os seus filhos q.b.
Educe os seus filhos com valores, ajude-os a tomar decisões e a recuperar de experiências menos positivas. No entanto, não os proteja demais. Os problemas vão fazer parte das suas vidas, quer esteja ou não com eles. Por isso, não se sinta responsáveis pelas falhas ou frustração dos seus filhos. Se carregar sempre este peso, nunca se vai sentir uma mãe suficientemente boa. Ao longo da vida, os seus filhos vão aprender a lidar com os erros e vão, seguramente, crescer com cada aprendizagem.