Muito provavelmente já ouviu falar em Slow Parenting (ou “pais sem pressa”). Abrandar e apreciar os melhores momentos que a vida nos proporciona, encontrar o ponto de equilíbrio entre o trabalho e a família.
Libertar o stress, a angústia de sentir que o dia não chega para fazer tudo. Valorizar o tempo e a saúde. Esses bens tão preciosos que, numa sociedade viciada no consumo e no imediatismo, não se consegue comprar. O melhor da vida não tem preço. É assim o Slow Parenting.
Slow Parenting: viver a parentalidade sem pressas
Jean Alice Rowcliffe, enfermeira canadiana e fundadora do Slow Parenting Movement, assumiu como missão ensinar às famílias o valor de desacelerar e a necessidade dos pais estarem atentos a todas as fases do desenvolvimento dos seus filhos.
Abandonar a necessidade de conduzir a vida das crianças e compreender o valor fundamental do brincar no desenvolvimento infantil (a principal atividade na primeira infância), são princípios deste movimento.
Desligar o telemóvel, ser pais (e não amigos), definir regras e limites, assumir o papel fundamental que os pais têm na educação e na formação das crianças, privilegiar a criatividade, são princípios igualmente importantes para esta filosofia de vida.
Que tipo de pais querem ser?
O Movimento Slow Parenting convida as famílias e os pais a rever as suas prioridades para que possam viver a parentalidade com mais consciência e diversão. O stress e as obrigações do dia a dia não definem apenas a realidade dos pais mas, também, a das crianças. O dever de cumprir horários, a saída da escola para as atividades extra-curriculares, a competição, o frenesim das atividades ao fim-de-semana, …
Valorizar a capacidade de imaginação das crianças, a sua apetência natural para a exploração. Ao seu tempo. Ao seu ritmo. Deixar de lado as inseguranças, o medo do juízo alheio às opções parentais, encontrar o seu próprio estilo de vida e ser-lhe fiel. Esquecer a imposição para a auto-perfeição, para a necessidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo (porque o tempo nunca chega), de querer fazer o que os outros fazem só porque “sim”.
O que nos diz o Movimento Slow Parenting?
Basicamente diz-nos que, enquanto pais e família, devemos valorizar o presente, os momentos de partilha e a descoberta dos prazeres mais simples da vida. E, com esta atitude, criar as nossas crianças num mundo mais equilibrado, que respeite e considere a personalidade, o ritmo e os tempos de cada um. Como?
- Vivendo o momento presente, com consciência;
- Escutando ativamente as nossas necessidades e as necessidades dos nossos filhos;
- Parando quando sentimos que devemos parar, nem que seja simplesmente porque precisamos de uma pausa;
- Valorizando o que realmente precisamos e o que temos;
- Descartando todos os hábitos e rotinas do nosso dia a dia que não nos fazem falta;
- Não quererendo “ter tudo, já”, valorizando a qualidade e não a quantidade;
- Respeitando a personalidade, o espaço e o tempo das nossas crianças. Sabendo ouvi-las e compreender o que as motiva;
- Tendo tempo para dedicar aos outros, para não fazer nada, para pensar, para refletir, para “ser”;
- Sendo positivo: em cada revês há uma oportunidade para crescer, para avaliar o que é melhor para nós e para a nossa família, para redefinir estratégias e opções, para descartar o que não nos faz falta e perceber o que nos faz felizes.
O MOVIMENTO SLOW
O Movimento Slow é um movimento global que está a desafiar o culto da velocidade. A nossa cultura diz-nos que mais rápido é melhor. Andamos tão apressados que tudo e todos os que nos atrasem se transformam no inimigo.
Por que estamos sempre com pressa? Qual a cura para a falta de tempo? É possível desacelerar e recuperar a qualidade de vida? A pressa faz-nos passar ao de leve pelas coisas, sem aprofundamento possível, sem realmente entender.
Enquanto não nos dermos conta de que o nosso ritmo é o ritmo da natureza, continuaremos como o Coelho de “Alice no País da Maravilhas”: de relógio na mão, atrasados, atrasados, atrasados. Sem tempo para tudo o que temos de fazer, sem tempo pessoal, num frenesim de atividades.
O Movimento Slow não defende fazer tudo a passo de caracol; significa viver melhor no frenético mundo moderno, encontrando um equilíbrio entre o rápido e o lento.
Para saber mais sobre o Slow Parenting Movement.