A criança atravessa cada estádio de desenvolvimento segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento são sequenciais e a aquisição de uma nova competência mais complexa implica a assimilação de experiências anteriores. À medida que a criança cresce, desenvolve-se de acordo com o meio onde vive e com os estímulos dele recebido.
Desenvolvimento da criança dos 0 meses aos 10 anos de idade
Bebé aos 15 dias
Reflexos:
- Apoio plantar, sucção e preensão palmar: desaparecem até o 6º mês.
- Preensão dos artelhos (tornozelo): desaparece até o 11º mês.
- Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo estímulo da porção lateral do pé. No recém-nascido, desencadeia extensão do dedo grande do pé. A partir do 13º mês, ocorre flexão do dedo grande do pé. A partir desta idade, a extensão é patológica.
- Reflexo de Moro: medido pelo procedimento de segurar a criança pelas mãos e liberar bruscamente os seus braços. Deve ser sempre simétrico. É incompleto a partir do 3º mês e não deve existir a partir do 6º mês.
- Reflexo tónico-cervical: rotação da cabeça para um lado, com consequente extensão do membro superior e inferior do lado facial e flexão dos membros contra laterais. A atividade é realizada bilateralmente e deve ser simétrica. Desaparece até ao terceiro mês.
Bebé com 1 mês de vida
- Entre o 1º e o 2º mês: melhor percepção de um rosto, medida com base na distância entre o bebé e o seio materno.
- Entre o 1º e o 2º mês: predomínio do tónus flexor, assimetria postural e preensão reflexa.
Bebé aos 2 meses
- Entre o 2º e o 3º mês: sorriso social.
- Entre o 2º e o 4º mês: fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros.
- Em torno dos 2 meses: início da ampliação do campo de visão (visualiza e segue objetos com o olhar).
Bebé aos 4 meses
- Aos 4 meses: preensão voluntária das mãos.
- Entre o 4º e o 6º mês: vira a cabeça na direção da voz/som.
- Aos 3 meses: adquire a noção de profundidade.
Bebé aos 6 meses
- Em torno dos 6 meses: inicia-se a noção de “permanência do objeto”.*
- A partir do 7º mês: senta-se sem apoio.
- Entre o 6º e o 9º mês: arrasta-se, gatinha.
Bebé aos 9 meses
- Entre 9 meses e 1 ano: gatinha ou anda com apoio.
- Por volta do 10º mês: fica de pé sem apoio.
Bebé aos 12 meses
- Por volta dos 12 meses: possui a acuidade visual de um adulto.
- Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: anda sozinho.
Bebé aos 15 meses
- Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos: corre ou sobe degraus baixos.
Criança aos 2 anos
- Entre os 2 e os 3 anos: diz o seu próprio nome e nomeia objetos como seus.
- Por volta dos 2 anos: reconhece-se no espelho e começa a brincar ao faz de conta (atividade que deve ser estimulada por promover o desenvolvimento cognitivo e emocional, ao ajudar a criança a gerir a ansiedade e o conflito e a compreender as regras sociais).
- Entre os 2 e os 3 anos: pode estar pronta para, gradualmente, deixar a fralda.
Criança dos 4 aos 6 anos
- Entre os 3 e os 4 anos: veste-se com auxílio.
- Entre os 4 e os 5 anos: conta ou inventa pequenas histórias. O comportamento é predominantemente egocêntrico.
- A partir dos 6 anos: começa a pensar com lógica, embora seja predominantemente concreta. Desenvolve a memória e a linguagem e uma imagem de si própria o que afeta a sua auto estima. Os amigos assumem uma importância fundamental. Começa a compreender a constância de género. A segregação entre géneros é muito frequente nesta idade (meninos “não se misturam” com meninas e vice-versa).
Criança dos 7 aos 9 anos
- A partir dos 7 anos: começa a desenvolver a noção de auto valor, integrando a sua auto percepção, “fechando” algumas ideias sobre quem ela é e como deve ser.
- A influência dos pares aumenta enquanto a influência dos pais diminui.
Criança aos 10 anos
- A partir dos 10 anos ocorrem mudanças relacionadas com a puberdade e há um “esticão” no crescimento (nas meninas, por volta dos 11 anos, nos meninos, por volta dos 13).
* Noção de permanência do objeto: capacidade de perceber que os objetos que estão fora do campo visual continuam a existir. Por volta dos 12 meses de idade, esta habilidade está completamente desenvolvida na maioria dos bebés.
Bibliografia consultada:
COLL; PALÁCIOS; MARCHESI, 1995; REGO, 1999; ZAVASCHI et al., apud DUNCAN et al., 2004; REESE, 2000; NEWCOMBE, 1999; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2000 (com adaptações)