Na hora de matricular os nossos filhos na escola, queremos sempre que esta seja a porta de entrada para um futuro de sucesso. Temos preocupação em procurar o melhor para as nossas crianças: escolas com boas instalações, com reputação, com professores competentes e o lecionar de disciplinas que possam aportar valor para as crianças.
Contudo, muitas vezes ouvimos dizer que o sistema educativo está obsoleto e que não potencia as verdadeiras características das crianças e jovens.
Foi precisamente a esta conclusão que André Rosendo chegou, em 2017, que, na iminência de ter o seu primeiro filho, começou a procurar soluções para lhe dar a melhor educação possível. Teve acesso às escolas mais elitistas do mundo, com maio renome nacional e internacional e, no entanto, não viu uma escola diferente das escolas tradicionais.
Após três anos de pesquisa intensiva, acabou por conhecer o Professor José Pacheco (fundador da Escola da Ponte, em Portugal, e do Projeto Âncora, no Brasil) e, nesse momento, teve a certeza que tinha encontrado a solução – não apenas para si -, mas para a educação em todo o mundo.
Uma nova forma de aprendizagem
Assim nasceu a Open Learning School, que rompe definitivamente com as práticas do passado para oferecer uma educação conectada com as necessidades e desafios do século XXI. Esta escola foca no aluno enquanto indivíduo único com as suas próprias ambições, paixões, tempos de aprendizagem e potencial.
As crianças desenvolvem-se muito mais rapidamente, de uma forma leve, interessante e motivadora.
A Open Learning School, que recebe alunos dos 6 meses aos 6 anos de idade, defende que a aprendizagem deve acontecer através de projetos do interesse das crianças. É desenvolvido um plano de estudos com o tutor, que acompanha e orienta a evolução da criança, não se limitando aos conteúdos exigidos no Currículo do Ensino Primário, Básico e Secundário.
Mónica Antunes, Diretora Pedagógica da Open Learning School em Portugal, explicou à Mãe-me-Quer que o objetivo é criar “um ambiente que potencie a criança e que promova o seu desenvolvimento integral. O trabalho de auto conhecimento é imenso, é nesta base que tudo se desenvolve: crianças com maturação emocional que, invariavelmente, se desenvolvem com valores estruturais que as permitem viver em sociedade de forma muito mais harmoniosa e plena”.
Estamos, efetivamente, a preparar as nossas crianças para o mundo real? Para a profissões do futuro?
Para a Diretora Pedagógica, a resposta é negativa. “Este modelo de educação está datado e apenas cria dependência, na medida em que a criança não tem autonomia nem capacidade para desenvolver as suas aprendizagens, é um agente passivo: apenas ouve e decora o que um adulto tem para dizer. Estamos conscientes da necessidade das nossas crianças serem flexíveis, terem uma mente aberta, para que possam ter uma autonomia intelectual, preparando-se para o futuro.”
Escola privilegia a relação entre o educador, a criança e o objeto de aprendizagem.
Aqui, a base da relação entre a criança e o professor vai para além do cognitivo: é uma relação sustentada na afetividade, na empatia, no respeito. “Se pensarmos na nossa experiência e nos momentos que nos marcaram ao longo da nossa vida escolar… todas as respostas prendem-se com a boa relação com professores e/ou com um interesse muito grande pelo que estávamos a aprender!”
Não existe estrutura formal de aulas ou divisões por anos e turmas. O conhecimento é gerado individualmente ou em grupos, utilizando recursos variados e – muito importante – através de experiências. A avaliação de desempenho é contínua, pois tudo que a criança produz – relatórios, pesquisas, trabalhos de casa – faz parte da avaliação.
“Na Open Learning School, o educador não prepara nada para as crianças, o educador prepara com as crianças!”, explica Mónica. É um trabalho diário que tem como objetivo que as crianças aprendam a gerir o seu dia, a planificar, a gerir o seu tempo e os espaços, a construir projetos, a avaliá-los e a refletir sobre todo o processo. Tudo isto a partir dos interesses, dos talentos e das necessidades que cada criança apresenta.
Crianças com elevado auto conhecimento e empatia
A criança que usufrui deste tipo de ensino distingue-se por ser uma “criança consciente de si, alguém que desde os primeiros anos de vida desenvolveu o seu auto conhecimento, que sabe trabalhar em equipa, que aprendeu a refletir e a solucionar problemas, que respeita o que a rodeia e a envolve e que percebe que não estamos sozinhos. Esta criança desenvolve-se no respeito, na empatia e com consciência de que pode aprender aquilo a que se propuser”, refere Mónica Antunes.
Apesar de já existirem vários projetos que promovem este modelo de educação, estará a nossa sociedade preparada para a mudança?
Segundo Mónica, “mais importante do que estar preparada, é a sociedade portuguesa perceber o quão precisa deste projeto, da urgência deste e de muitos mais iguais. É rever as falas que muitos têm acerca dos adultos de hoje, dos jovens e nos questionarmos sobre o que falha? É a base, é a estrutura, é a escola e o que lá se faz. Mas para que esta mudança ocorra, é preciso que nos questionemos, que a reflexão seja sustentada – e aí não há como não perceber que o caminho é por aqui”.