Consideram-se três grandes áreas de desenvolvimento infantil: motor, cognitivo e emocional. Estas três grandes áreas de desenvolvimento interligam-se, influenciam-se e acontecem simultaneamente.
Contudo, em determinados momentos, uma área pode ter mais protagonismo do que as outras, sem deixar de coabitar, a toda a hora, de noite ou de dia. E, em cada uma delas, pais, bebé e genética têm o seu papel.
Sabia que o cérebro do bebé…
- É 250% mais ativo do que o de um adulto?
- Forma mil biliões de ligações neurais até aos três anos de vida?
- Produz sinapses mais rapidamente no 1º ano de vida do que em qualquer outro período da vida?
No primeiro ano de vida o cérebro do bebé cresce e experimenta o mundo através dos sentidos. São eles que lhe permitirão aprender, mas a estimulação exterior é fundamental. Aprender, no primeiro ano, não é fácil porque o corpo e as competências cognitivas do bebé ainda estão em desenvolvimento.
Os sons e as cores ainda podem parecer confusos. As primeiras experiências de aprendizagem são de causa/efeito e imitação, apoiando-se nas etapas que o bebé vai atingindo fisicamente. Por exemplo, explorar texturas e formas, são feitas quando o bebé já tem capacidade para segurar um brinquedo. Primeiro ganha mestria na aptidão física que, depois, propicia o desenvolvimento cognitivo e sensorial do objecto.
O desenvolvimento cognitivo e psicológico também acontece de forma sequencial e por etapas.
Desenvolvimento cognitivo dos 0 aos 12 meses
Recém-nascido
- Ao nascer, as primeiras impressões visuais do bebé são de luz e escuridão. Este é o motivo pelo qual muitos brinquedos dirigidos a recém-nascidos são a preto e branco.
- As reações aos outros são pouco notórias, mas existem.
- Ao nascer, por já ser capaz de ouvir, já reage à voz humana, embora ligeiramente. Após duas semanas, é capaz de o fazer intencionalmente, principalmente quando ouve as vozes dos pais.
- Também reage ao contacto visual, desde que os objetos/pessoas se encontrem dentro dos limites do seu campo de visão.
- É capaz de mostrar as suas necessidades, comunicando-as através do choro. À medida que vai conhecendo o seu bebé, aprenderá a reconhecer o seu choro e a identificar as suas causas.
Bebé com 1 mês
- Reage aos sons fortes com desaprovação e aos sons calmos com agrado.
- Faz movimentos bruscos de reflexo com o corpo como mostra de excitação ou alegria.
- Consegue seguir um objeto com os olhos.
- Vocaliza quando estimulado ou quando se conversa com ele.
Bebé aos 2 meses
- É muito sensível ao rosto humano e já fixa a sua atenção num rosto. O rosto dos pais, e principalmente da mãe, tem um grande poder de o acalmar.
- Reage de forma diferente a um sorriso ou a uma gargalhada.
- Reage com atenção e curiosidade ao mundo exterior, principalmente, aos sons.
- Mostra interesse por determinados objetos.
- Palra.
Bebé aos 3 meses
- Ganha consciência do seu próprio corpo e começa a explorar o mundo com as mãos.
- Já responde, em vez de reagir, quando se fala com ele e fá-lo mexendo o corpo, emitindo sons e sorrindo.
Bebé aos 4 meses
- Imita os sons que ouve à sua volta.
- É muito curioso com o ambiente e o mundo à sua volta, e observa tudo com muita atenção. Como já não está só deitado, o mundo visto de uma nova perspetiva parece novo.
- Reconhece objetos e rotinas.
- A descoberta do seu corpo continua e os pés são a nova atração.
- Procura o objeto caído.
Bebé aos 5 meses
- A capacidade de atenção está a aumentar e já fica a fazer a mesma coisa por mais tempo.
- Usa o seu corpo, movimentos e sons, para chamar a atenção sobre si.
Bebé aos 6 meses
- Usa determinados mecanismos físicos para garantir uma reação específica do adulto. Por exemplo, ergue os braços para pedir colo.
- Reage ao seu próprio reflexo num espelho, como se de outro bebé se trata-se.
- Pode começar a mostrar sinais de timidez ou estranheza a alguns adultos e estranhos.
- Reage a algumas palavras familiares como o seu nome ou palavras do seu quotidiano e demonstra-o com uma resposta física como olhar.
- Possui uma grande sensibilidade às modulações nos tons de voz que ouve.
- Já articula monossílabos como ‘ba’ ou ‘da’.
- Gosta de fazer e brincar ao ‘cu-cu’.
Bebé aos 7 meses
- O ‘não’ começa a ganhar significado.
- Usa o seu corpo para atingir os seus objectivos e satisfazer a sua curiosidade. Por exemplo, movimentar-se para chegar a um brinquedo.
- Não desiste facilmente.
- Quando vê um objeto a desaparecer, procura-o. Já sabe que o objecto existe mesmo quando não o vê, desde que o tenha visto desaparecer. A memória é uma competência em desenvolvimento.
- Já brinca.
Bebé aos 8 meses
- A memória é a capacidade a ser mais desenvolvida nesta fase.
- Procura o objeto escondido.
- Reconhece jogos, músicas e rimas familiares.
- Compreende o seu nome e responde quando o chamam.
- Já diz “baba” ou “dada”.
- Já aponta.
Bebé aos 9 meses
- Faz coisas com o seu corpo, como dizer adeus ou esticar o pé para ser calçado.
- Começa a repetir rimas com movimentos associadas.
- Sabe que o objeto existe mesmo quando não o vê e, se você o esconder, vai procurá-lo.
Bebé aos 10 meses
- Brinca com livros e com as suas ilustrações.
- Brinca a atirar objetos, procurando-os ou interagindo com os outros para que os procurem.
- Fisicamente, está a ganhar mestria na capacidade de agarrar.
- Adquire o conceito de espaço, como aqui, ali, em cima e em baixo.
Bebé aos 11 meses
- Desenvolve o sentido de humor.
- Age conscientemente na procura de atenção e reacção dos adultos, fazendo graças.
- Abana a cabeça para dizer que sim.
- Pode iniciar-se na fala através da repetição de sílabas iniciais de uma palavra ou na pronunciação de palavras pequenas. Se estimulado nesse sentido, já sabe dizer o nome ou repetir palavras.
Bebé aos 12 meses
- Interage segundo as regras sociais que lhe são ensinadas, como cumprimentar com um beijo.
- Diz palavras e compreende indicações e frases simples como ‘onde está o brinquedo?
- Identifica personagens favoritas dos livros ou desenhos animados.
- Convida e procura a interação com os outros para brincar.
- Gosta de jogos de causa e efeito.
As tabelas apresentam as competências esperadas de uma criança numa determinada idade, dos 3 aos 12 meses. No entanto, não se prendam demasiado às competências esperadas. O vosso filho pode estar mais avançado em algumas áreas e menos noutras sem que isso represente motivo de preocupação ou sinal de atraso no desenvolvimento. Estas tabelas são apenas um guia que pode ajudar a decidir o que podem fazer para estimular e ajudar o vosso filho a crescer saudável, feliz e com vontade de aprender.