Muitas são as patologias associadas ao sedentarismo, que podem até mesmo levar à morte. No entanto, com o aumento da prática de exercício físico diária, a incidência das doenças e de mortalidade diminui acentuadamente. Mas, no contexto que vivemos atualmente, nem sempre é fácil manter os miúdos ativos fisicamente.
Importância do exercício físico para as crianças na quarentena
Impactos da ausência de uma rotina desportiva
Estima-se que, em Portugal, o sedentarismo seja responsável por 8% das doenças do coração, 11% da incidência de diabetes tipo II, 14% dos cancros da mama e 15% dos casos de cancro do cólon e reto. Assim sendo, a taxa de mortalidade devido à falta de exercício física ronda os 14%, ou seja, cerca de uma em cada dez pessoas morre devido à falta de exercício físico.
Porém, essa taxa reduz substancialmente à medida que se aumenta o tempo de exercício físico diário.
Exercício físico para crianças na quarentena
Enquanto se encontravam na escola, as crianças e jovens deviam ser a parte da população mais ativa fisicamente, mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não o suficiente – cerca de 80% dos adolescentes de todo o mundo não pratica frequentemente exercício físico.
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Alguns estudos revelam que aqueles que são fisicamente ativos na infância têm maior probabilidade de continuar a ter um estilo de vida saudável quando adultos, diminuindo assim a incidência de doenças e, consequentemente, a mortalidade. Assim sendo, a Direção-Geral de Saúde (DGS) pretende, ainda este ano, aumentar para 70% a percentagem de adolescentes que pratica qualquer tipo de desporto pelo menos três vezes por semana.
Atividades físicas de acordo com a faixa etária
Não obstante, é importante compreender que o exercício físico deve ser adequado às diferentes faixas etárias das crianças, uma vez que as suas necessidades e capacidades variam à medida que vão crescendo.
Nesse sentido, e com o objetivo de reduzir o risco de aparecimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes e obesidade infantil; fortalecimento dos ossos e músculos; e a manutenção de uma boa saúde mental, a DGS recomenda:
- 30 minutos por dia de barriga para baixo para os bebés que ainda não deram os primeiros passos. A posição fortalece os múscuos do pescoço e cabeça, ajudando no desenvolvimento da capacidade motora.
- Brincadeiras no chão para as crianças com até 1 ano de idade. Quanto ao tempo, quanto mais, melhor.
- 3 horas de atividade física para as crianças com idades compreendidas entre 1 e 4 anos, com vista a desenvolver as capacidades motoras e cognitivas. O ideal é que três horas de intensidade moderada a intensa, como saltar, correr, trepar, lançar coisas, agarrar, jogar à bola.
- 1 hora por dia de atividade moderada a intensa para crianças com mais de 5 anos.
Exemplos de exercício físico para as crianças na quarentena
- Crianças até 10 anos de idade:
Corridas de circuitos com obstáculos para saltar ou rastejar; exercícios de equilíbrio; exercícios de salto coordenado; fazer pontaria de objetos para um cesto ou um outro alvo; ou até cambalhotas numa superfície mole.
- Crianças e jovens entre os 10 e os 14 anos:
Tentar tocar em partes do corpo do adversário enquanto o adversário o evita; fazer prancha; fazer elevação de um peso com os braços ou agachamento com peso; ajudar nas tarefas domésticas, e corridas de obstáculos.
Não se esqueça que os filhos tendem a imitar os pais, portanto seja um modelo a seguir e pratique as atividades que propuser ao seu filho sempre que possível.
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(O artigo, que teve como base uma notícia do Público, contou com a participação dos seguintes alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa: Ana Beatriz Simões, Ana Isabel Mendes, Beatriz Teixeira, Catarina Isidoro, Cláudia Silva, Diana Guerreiro, Énia Nóbrega, Joana Carvalho, João Costa, Madalena Costa, Ricardo Almeida e Selmo Pinto)