Três novas vacinas vieram tornar o Plano Nacional de Vacinação ainda mais completo: a vacina para a meningite B, do rotavírus e do HPV para os rapazes.
Após debate e votação, foi decidido, em novembro do ano que passou, o alargamento do Plano Nacional de Vacinação (PNV) para incluir mais três vacinas. Com efeito, em 2019 estão também disponíveis gratuitamente a vacina contra a meningite B, contra o rotavírus, e o alargamento da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) aos rapazes. A vacina contra o HPV já era oferecida às raparigas.
As novas vacinas foram aprovadas no Parlamento e inscritas no orçamento de estado de 2019, mas aguardam ainda o parecer técnico da Direção Geral da Saúde e a posterior aprovação da ministra da saúde, para entrarem definitivamente no plano nacional de vacinação.
Sobre o Plano Nacional de Vacinação
Segundo o site da Direção-Geral da Saúde, o PNV foi criado em 1965 e desde essa data está em permanente revisão e melhoria. O PNV procura vacinar o maior número de pessoas, com as vacinas mais adequadas, o mais precocemente possível e de forma duradoura.
As vacinas integradas no PNV são selecionadas com base na epidemiologia das doenças e evidência científica do seu impacto. São ainda considerados fatores como a relação custo-efetividade e disponibilidade no mercado. A vacinação é considerada um direito e um dever dos cidadãos e um ato de cidadania.
A vacina contra o rotavírus
O rotavírus é uma infeção viral do trato digestivo cujos sintomas incluem febre, vómitos e diarreia. A infeção pode ainda causar desidratação grave. É muito comum entre crianças e é um dos responsáveis pela gastroenterite aguda.
A vacina contra o rotavírus é administrada de uma vacina por via oral, que ajuda os bebés a manterem-se protegidos contra gastroenterites provocadas pelo rotavírus.
Esta vacina é oferecida a partir das 6 semanas de vida. A vacinação prevê um esquema de 2 doses (Rotarix®, aos 2 e 4 meses) ou de 3 doses (Rotateq® – aos 2, 4 e 6 meses).
A vacina contra a meningite B
A meningite do tipo B é uma doença rara. Contudo, possui uma taxa de mortalidade que pode chegar aos 10%. Calcula-se que haja cerca de 40 a 50 casos por ano em Portugal. A doença progride de forma rápida, podendo causar a morte em 24 a 48 horas, após surgirem os primeiros sintomas.
As crianças e os adolescentes são os mais vulneráveis à meningite do tipo B. A doença é mais frequente no primeiro ano de vida.
Os sintomas da meningite de tipo B passam por sonolência, falta de apetite, febre e vómitos. Estes sintomas poderão ser confundidos com gripe. Apesar de a maioria das crianças sobreviver à doença sem problemas, esta pode, no entanto, ser mortal como mencionámos acima. Mesmo com o tratamento adequado, 10% dos casos podem ser fatais. Adicionalmente, 20% dos sobreviventes podem sofrer sequelas físicas ou mentais, tal como insuficiência renal, amputação e lesões cerebrais.
A vacina contra o HPV para rapazes
O vírus do Vírus do Papiloma Humano (HPV) é responsável por uma série de infeções, com transmissão sexual. Se não for tratado, o vírus que causa uma infeção persistente e silenciosa, pode provocar cancro do colo do útero. Este tipo de cancro é responsável pela morte de uma mulher a cada dois dias.
Os mitos à volta do HPV
Muitas pessoas creem que o HPV afeta apenas as mulheres devido ao facto de estar muito ligado ao cancro do colo do útero. Contudo, este vírus pode igualmente provocar infeção persistente e doença nos homens.
Anualmente, surgem no mundo cerca de 85.000 novos casos de cancro em homens, relacionados com o HPV. Estes cancros são o da cabeça e pescoço, cancro do pénis e cancro do ânus. Uma infeção provocada por HPV pode ainda provocar problemas de fertilidade nos homens.
A vacina do HPV já se encontra integrada no PNV das raparigas. A vacina está agora também disponível no PNV dos rapazes.
Os sites HPVaction.org e nomancampaign.org apontam que uma cobertura de 80% de rapazes e raparigas de vacinação contra o HPV poderá levar à erradicação das doenças provocadas pelo vírus.