O Plano Nacional de Vacinação de 2020 (PNV) contará com 3 novas vacinas:
- Meningite B – para todas as crianças
- Rotavírus – para grupos de risco
- Papilomavírus Humano (HPV) – para os rapazes
As novas vacinas passarão a ser administradas a partir de 1 de outubro de 2020. A decisão já foi anunciada por Graça Freitas, que é a diretora-geral da Saúde. O Orçamento de Estado prevê um reforço de 11 milhões de euros para cobrir as três novas vacinas.
Vacina contra a meningite B para todas as crianças
Outra das novas vacinas a integrar o PNV é a da meningite B que irá ser alargada a todas as crianças. Embora já contemplada no PNV, esta vacina era apenas reservada a um grupo restrito de crianças com deficiências graves.
A vacina contra a meningite B passa a ser aplicável a crianças nascidas a partir de 1 de janeiro de 2019. Esta vacina deverá, pois, ser administrada durante o primeiro ano de vida, em três doses: aos dois, quatro e 12 meses de idade.
O esquema de vacinação deve ser seguido de acordo com o historial de vacinação de cada criança. Segundo a diretora-geral da Saúde, as doses da vacina contra a meningite B devem, assim, ser geridas da seguinte forma:
- Crianças até aos 2 anos: 3 doses
- Crianças dos 2-5 anos: 2 doses
- Crianças de 5 e mais anos: não se recomenda vacinação
O que é a meningite do tipo B?
A meningite do tipo B é uma doença rara. Com efeito, calcula-se que a sua incidência em Portugal se situe nos 40 a 50 casos anuais. Contudo, possui uma taxa de mortalidade elevada, que pode chegar aos 10%. A doença progride de forma rápida, podendo causar a morte em 24 a 48 horas, após surgirem os primeiros sintomas.
As crianças e os adolescentes são os mais vulneráveis à meningite do tipo B. Efetivamente, a doença é mais frequente no primeiro ano de vida.
Os sintomas da meningite B passam por sonolência, falta de apetite, febre e vómitos. Atenção, porque estes sintomas poderão ser confundidos com gripe.
Vacina contra o rotavírus para grupos de risco
As novas vacinas do PNV incluem a vacina contra o rotavírus. No entanto será administrada apenas a grupos de risco. Até à data esses grupos de risco não foram ainda definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O rotavírus é um vírus extremamente frequente e muito contagioso. A infeção por rotavírus é muito prevalente em bebés entre os 6 meses e os 2 anos de idade.
O vírus é responsável pela maioria das gastroenterites virais, em crianças e bebés e é a causa mais frequente de diarreia aguda e vómitos em crianças pequenas.
A infeção por rotavírus deve ser levada a sério pois é responsável por um grande número de internamentos em idade pediátrica. Constitui ainda a principal causa de diarreia aguda em todo o mundo.
Os principais sintomas de infeção por rotavírus incluem febre, vómitos e diarreia aquosa e aguda.
A vacina contra o rotavírus é administrada por via oral, a partir das seis semanas de vida. A vacinação prevê um esquema de duas doses (Rotarix®, aos 2 e 4 meses) ou de 3 doses (Rotateq® – aos 2, 4 e 6 meses).
Vacina contra o HPV para os rapazes
Finalmente, as novas vacinas incluem a extensão da vacina contra o HPV a rapazes nascidos em 2009. A vacina será administrada aos 10 anos de idade, tal como já acontece às raparigas. A vacina contempla, ainda, duas doses com um intervalo de seis meses, à semelhança do que sucede com as raparigas. A DGS estima que cerca de 40 mil rapazes receberão esta vacina anualmente.
Os rapazes e as raparigas receberão a mesma vacina , ou seja, uma vacina contra nove genótipos do vírus.
Porquê a vacina contra o HPV nos rapazes?
Muitas pessoas acham que o HPV afeta apenas as mulheres devido ao facto de estar muito ligado ao cancro do colo do útero. Contudo, este vírus pode igualmente provocar infeções persistentes e doença nos homens.
Anualmente, surgem no mundo cerca de 85.000 novos casos de cancro em homens que são relacionados com o HPV. Estes cancros contemplam, pois, o da cabeça e pescoço, cancro do pénis e cancro do ânus. Uma infeção provocada por HPV pode ainda causar problemas de fertilidade nos homens.
Sobre o Plano Nacional de Vacinação
Segundo o site da Direção-Geral da Saúde, o PNV foi criado em 1965 e desde essa data está em permanente revisão e melhoria. O PNV procura vacinar o maior número de pessoas, com as vacinas mais adequadas, o mais precocemente possível e de forma duradoura.
As vacinas integradas no PNV são selecionadas com base na epidemiologia das doenças e evidência científica do seu impacto. São ainda considerados fatores como a relação custo-efetividade e disponibilidade no mercado. A vacinação é considerada um direito e um dever dos cidadãos e um ato de cidadania.