Uma investigação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluiu que a primeira menstruação (menarca) das portuguesas tem surgido mais cedo nos últimos anos (a média diminuiu de 13 para 12 anos).
Para obter estas conclusões, a equipa de investigadores do ISPUP analisou dados relativos à primeira menstruação de cerca de 11 mil mulheres portuguesas que nasceram entre 1920 e 1992.
Tendo em conta que não se havia registo de dados recentes, “este estudo pretendeu verificar a tendência da evolução da idade da menarca [primeira menstruação]”, declarou esta terça-feira, em declarações à agência Lusa, a primeira autora da investigação, Catarina Queiroga.
O estudo, desenvolvido no âmbito do projeto DOCnet, e publicado na revista científica American Journal of Human Biology, veio comprovar que “a idade mediana da menarca tem vindo a diminuir cerca de 30 dias a cada cinco anos“.
Apesar de, segundo a autora e investigadora Catarina Queiroga ter declarado que o objetivo do estudo seria o de delinear a tendência da menarca nos últimos anos, atualmente é necessário a realização de “estudos mais pormenorizados”.
“Este estudo vai servir de base para ver em que ponto estamos e, sabendo que há outros estudos que mostram que esta diminuição pode, eventualmente, ter implicações na saúde da mulher, então temos agora de pegar nestes dados e estudá-los ao pormenor”, adiantou em declarações à Lusa.
Num futuro próximo, a investigadora acredita que irá ser necessário compreender eventuais ligações entre a menarca precoce e algumas doenças, como a diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares.
“Sairão este ano outros estudos mais concretos, nomeadamente, sobre os fatores inflamatórios que podem contribuir para esta diminuição da menarca e implicações de saúde que isto possa vir a ter mais tarde”, concluiu.