A dermatite perioral é uma forma de dermatite. Em termos gerais, o termo “dermatite” designa qualquer fenómeno inflamatório da pele. Por seu lado, o termo “perioral” refere-se à região à volta da boca.
Existem ainda outros tipos de dermatite, como a dermatite atópica e a seborreica, por exemplo. Neste artigo ficará a saber as causas da dermatite perioral, a forma como se manifesta, como se trata e formas de evitar a sua ocorrência ou recorrência.
A dermatite perioral pode surgir em qualquer idade?
Sim, apesar de ser a grande maioria dos casos (90%) ser em mulheres dos 16 aos 45 anos de idade. Nos homens é menos comum aparecer este tipo de inflamação cutânea.
As crianças podem também desenvolver dermatite perioral. Pode, inclusivamente, surgir em bebés de apenas 3 meses de idade. Nos bebés, a humidade e maceração da zona à volta da boca causadas pelo uso da chupeta, por exemplo, podem provocar dermatite perioral.
Contudo, a média de idades em que afeta as crianças situa-se nos 6,6 anos, atingindo mais as raparigas do que os rapazes.
Quais são os sintomas?
A dermatite perioral manifesta-se através de um prurido cutâneo avermelhado, com pequenas borbulhas à volta da boca e sobre o queixo.
Estas pequenas borbulhas podem conter fluído ou pus e assemelhar-se a acne, rosácea ou até a ambos.
Este prurido geralmente começa entre as pregas da pele nas zonas laterais do nariz (prega nasolabial). Posteriormente espalha-se ao redor da boca (a região perioral). Pode ainda atingir a região à volta dos olhos e testa. À medida que o prurido se agrava há ainda a possibilidade de causar comichão ou ardor.
O que causa a dermatite perioral?
As causas exatas da dermatite perioral são largamente desconhecidas. Contudo, há alguns fatores que favorecem o desenvolvimento desta inflamação da pele:
- As crianças com historial de dermatite atópica
- Uso de chupeta
- Babar-se constantemente
- Medicamentos corticosteroides aplicados sobre a pele
- Exposição acidental da pele a medicamentos corticosteroides nasais ou por inalação
- Pastas de dentes e outros produtos com flúor
- Cosméticos como cremes que contenham parafina ou derivados do petróleo
- Protetores solares
- Pílula contracetiva
- Rosácea
Diagnóstico
O médico normalmente consegue diagnosticar a dermatite perioral através da observação da pele. Assim, pode não ser necessário fazer mais nenhum teste.
Contudo, nalguns casos o médico pede a cultura de uma amostra da pele afetada em laboratório para verificar se existe infeção.
Raramente o médico irá pedir uma biópsia à pele. Isto só se verifica quando os tratamentos não funcionam ou se o aspeto da pele apresenta-se com anormalidades. Neste caso, o médico recolhe uma pequena amostra da área afetada para a biópsia.
Tratamento da dermatite perioral
Para combater a dermatite perioral existem várias medidas a tomar, que podem incluir medicação. Consoante o caso, poderão ser necessárias algumas semanas ou vários meses para os sintomas desaparecerem. Desta forma, poderá ser necessária alguma paciência.
Nas crianças, a dermatite perioral manifesta-se normalmente de forma benigna e começa a resolver-se espontaneamente após 2 ou 3 semanas. Não é costume o prurido deixar qualquer cicatriz. Podem apenas ocorrer algumas alterações na pigmentação. É de referir que o uso de corticosteroides pode fazer com que a doença volte a aparecer nas crianças
Algumas das medidas a tomar para tratar a dermatite perioral incluem:
Produtos
- Deixar de usar dentífricos e outros produtos orais com flúor
- Se possível, descontinuar o uso de cremes e medicamentos que contenham corticosteroides
- Deixar de usar cosméticos e outros produtos nas áreas da pele afetadas
- Usar cremes hidratantes e de limpeza de pele suaves e sem perfume
- Descontinuar o uso de produtos de limpeza da pele com perfumes e exfoliantes
- Reduzir ou descontinuar o uso de maquilhagem e de protetor solar
Medicação
- Tomar medicação, que pode variar entre:
- Para casos ligeiros, antibióticos de aplicação tópica, como metronidazol e eritromicina (este muito usado em crianças)
- Medicamentos para o acne de aplicação tópica
- Casos mais graves: antibióticos de uso oral como tetraciclina (para crianças com mais de 9 anos), minociclina e eritromicina (crianças com menos de 9 anos)
- Cremes imunossupressores de aplicação tópica como pimecrolimo ou tracolimo
Alimentação e estilo de vida
- Lavar a pele delicadamente e sem a esfregar, usando um produto de limpeza suave
- Quando o prurido estiver mais ativo, usar apenas água morna para limpar a pele
- Lavar as fronhas das almofadas e as toalhas em água quente
- Evitar consumir alimentos muito salgados ou picantes
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.
Referência: Healthline; Skinsight; WebMD; DermNetNZ