A disfasia é um transtorno que pode surgir quer no parto, na infância ou na idade adulta. Dependendo da altura em que surge pode ter diferentes causas. Neste artigo abordamos a disfasia na infância, os seus sintomas, causas e tratamentos.
Disfasia
O que é?
A disfasia é um distúrbio de expressão, quer na habilidade de comunicar como na perceção da mensagem recebida. Caracteriza-se pela dificuldade em articular um discurso coerente, bem como na compreensão de uma mensagem emitida por outra pessoa. No entanto, pode afetar apenas a expressão, denominado-se de disfasia expressiva, ou a compreensão oral, a chamada disfasia da receção, mas pode também ser um misto das duas.
Quando surge na infância, esta condição impossibilita uma normal aprendizagem da fala e a correta assimilação da informação que lhes chega. Por esse motivo, é comum que recorram à mímica para se fazerem entender.
Devido a este transtorno, estas crianças podem manifestar dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, bem como da compreensão dos textos, o que pode desencadear baixos rendimentos escolares. Além disso, também a socialização poderá ser afetada. Por todos estes motivos, a disfasia pode despoletar outras patologias, tais como problemas emocionais, baixa autoestima e/ou alterações de personalidade.
Sintomas da disfasia
Esta condição apresenta um variado leque de sintomas, tais como:
- aprendizagem tardia da linguagem;
- dificuldade em recordarem-se e reproduzirem frases, sons ou palavras cujo significado não conhecem:
- falta de vocabulário e discurso mal estruturado;
- dificuldade na comunicação com outros, podendo mesmo chegar a evitar o contacto;
- dúvidas linguísticas;
- transtornos de concentração;
- podem apresentar défice de atenção e hiperatividade.
Causas
Na maioria dos casos, a origem do problema pode ser de difícil despiste. No entanto, existem três grandes causas para este problema:
- Existência de uma lesão cerebral ou ter sido privado de oxigénio durante o trabalho de parto;
- Traumatismo crânio-encefálico no momento do parto;
- Ter sofrido de uma doença infeciosa que tenha afetado o sistema nervoso central, como meningite ou encefalite.
Diagnóstico
Assim que surgem os primeiros sintomas de disfasia é fulcral procurar ajuda médica especializada. O médico irá realizar um exame ao ouvido, nariz e garganta por forma a detetar qualquer tipo de transtorno auditivo. Além disso, é prática comum realizarem-se alguns testes psicológicos e psicomotores. É possível que também sejam efetuados testes de compreensão léxica, sintática e de expressão.
Tratamentos para a disfasia
Antes de qualquer tratamento, é essencial compreender que cada criança é um ser individual e tem, portanto, o seu ritmo de aprendizagem.
Posteriormente, é expectável que a criança com disfasia seja encaminhada para sessões de reeducação, realizadas pelos especialistas de Fonoaudiologia (terapia que conjuga a terapia da fala e a audiologia) ou Ortofonia (terapêutica para corrigir falhas na articulação da fala). Contudo, há que frisar a importância do envolvimento dos pais no processo de tratamento, realizando os exercícios prescritos pelos terapeutas também em casa com recurso às dicas dadas pelos mesmos. Esses têm como objetivo aumentar o seu vocabulário; melhorar a compreensão verbal e as estruturas gramaticais; a memória e a discriminação auditiva. Tal permite, a médio-longo prazo, que a criança interiorize e distinga os sons e as palavras que não lhe são familiares.
Além dos terapeutas e dos pais, também a escola deve ser envolvida no processo, de forma a estarem atentos ao comportamento da criança e atuarem em conformidade com as orientações dos profissionais de saúde.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.