A doença de mãos-pés-boca (ou doença de mãos, pés e boca) é um dos sintomas da infeção por enterovirus. À volta das mãos, pés e nádegas aparecem bolhas, frequentemente com vesículas pequenas no topo e úlceras na boca que não provocam dores nem comichão, nem qualquer cicatriz notável.
O enterovirus constitui um grupo de vírus que inclui Coxsackievírus, Echovírus e Enterovirus 71 (EV71), entre outros, infetando principalmente crianças com idade inferior a 5 anos.
A doença de mãos, pés e boca e a doença de herpangina são os sintomas mais frequentes da infeção por estes enterovirus, variando o período de incubação de 3 a 7 dias. Geralmente, a doença prevalece durante uma semana e ocorre, geralmente, durante o verão e início do outono.
Doença de mãos-pés-boca
Transmissão e contágio
A transmissão da doença de mãos-pés-boca pode dar-se através das fezes, da boca ou de boca a boca, podendo também os vírus ser transmitidos pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados (brinquedos, chupetas, tetinas, …).
Deve evitar-se a partilha de alimentos ou o uso comum de chupetas, biberões, talheres e toalhas, entre crianças (em casa e na creche / escola assim que haja suspeita de infeção).
A transmissão dos vírus principia alguns dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, o período de contaminação do vírus pode persistir durante 5 a 6 semanas ou até por período mais longo.
Período de incubação
O período de incubação médio da doença de mãos-pés-boca é de 3 a 7 dias. Durante a primeira semana da doença é extremamente contagiosa (especialmente devido à ulceração das vesículas).
Os vírus podem ser excretados nas fezes da criança durante várias semanas depois do desaparecimento dos sintomas. Por isso pode ser contagiosa durante um longo período de tempo.
Para evitar o contágio de outras crianças em casa, os adultos devem lavar muito bem as mãos após realizar os cuidados ao bebé (mudança de fralda, alimentação, …) e os brinquedos e utensílios (como chupetas) lavados frequentemente.
Sintomas da doença de mãos-pés-boca
- Na fase inicial os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, podendo a febre persistir por 4 ou 5 dias;
- Aparecem vesículas ou pústulas não dolorosas no corpo, espalhados principalmente na mucosa oral, língua, palmas e entre os dedos das mãos e pés, desaparecendo em 7 a 10 dias;
- Perda de apetite devido às úlceras e dores da cavidade bocal;
- A doença pode levar à perda das unhas das mãos e pés num período médio 4 semanas, não sendo doloroso e voltando as unhas a crescer rapidamente.
Tratamento
Como não existe tratamento específico para esta doença, este dirige-se aos sintomas – febre e dores – e o pediatra poderá receitar paracetamol e ibuprofeno geralmente em supositório quando a criança ainda é muito pequena para aceitar o comprimido.
Não são necessários antibióticos (os antibióticos não são eficazes contra os vírus, apenas contra infeções provocadas por bactérias).
Uma vez que a febre e a dor na boca pode levar a criança a perder apetite ou recusar-se a comer, é fundamental nunca deixar de oferecer líquidos em pequenas quantidades, várias vezes ao dia, para que se mantenha hidratada.
Evite oferecer alimentos e bebidas ácidos que agravam a dor na boca. Bochechar com água e sal pode ajudar a aliviar a dor da boca.
Quanto tempo dura?
Geralmente, a recuperação demora cerca de 7 a 10 dias recuperando espontaneamente na sequência do desaparecimento gradual das vesículas, pústulas e úlceras e febre.
Prevenção da doença de mãos-pés-boca
- Lavar as mãos com frequência;
- lavar as mãos após realizar os cuidados ao bebé (mudança de fralda, alimentação, …);
- Lavar frequentemente os brinquedos e utensílios da criança (como chupetas);
- Orientar as crianças sobre a lavagem correta das mãos, no sentido de lavarem as mãos com sabão depois de usarem as instalações sanitárias e antes das refeições;
- Abrir com frequência as janelas, mantendo um ambiente limpo e seco e uma boa ventilação de ar no interior de casa ou de outros espaços frequentados por crianças como creches;
- Manter as instalações sanitárias limpas e com uma adequada ventilação de ar;
- Preparar os alimentos cuidadosamente e consumir os alimentos bem cozinhados;
- Evitar a partilha de alimentos ou o uso comum de chupetas, biberões, talheres e toalhas, entre crianças.
Esta informação é meramente indicativa não pretendendo, em qualquer momento, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Em caso de dúvida quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação do seu médico ou farmacêutico.