Suar é normal e até desejável já que constitui uma forma natural de o organismo regular a temperatura e arrefecer o corpo. Noutras ocasiões, o excesso de suor pode dever-se a situações de stress. Quando intenso, o odor nas axilas pode ser muito desagradável para a própria pessoa, chegando a afetar a sua autoestima e as relações interpessoais.
O corpo produz diferentes tipos de suor, através de dois tipos de glândula, as apócrinas e as merócrinas.
As apócrinas tornam-se ativas durante a adolescência e são, por isso, consideradas uma característica sexual. Elas reagem não ao calor, mas à excitação do medo, da cólera, do ímpeto sexual e de outras emoções fortes. Estas glândulas encontram-se apenas nas axilas, nos canais auditivos e à volta dos mamilos e dos órgãos genitais.
As merócrinas estão espalhadas por todo o corpo e segregam suor em maior abundância que as apócrinas. Funcionam como um termorregulador, humedecendo a pele. O suor, quase totalmente formado por água, ao evaporar-se, retira o calor excessivo do corpo, mantendo a temperatura interna constante.
Algumas glândulas merócrinas reagem a outros estímulos. As situadas na testa, nas axilas, nas plantas das mãos e nas plantas dos pés, por exemplo, trabalham nos momentos de stress psicológico, independentemente do calor ou do esforço muscular.
Odor nas axilas infantil
O suor, em si, não tem um cheiro muito intenso. O suor com cheiro desagradável (bromidrose) resulta da existência de bactérias na pele ou nas roupas. Estas bactérias metabolizam certos elementos que existem no suor e nas células mortas da pele, produzindo substâncias que cheiram muito mal.
As axilas, zonas húmidas e quentes, são locais bastante acolhedores para as bactérias que se desenvolvem particularmente bem neste tipo de ambiente. Manter a pele limpa e seca é assim essencial para combater a proliferação das bactérias e defender a saúde cutânea.
As bactérias, que se instalam à nascença, constituem a maior comunidade de habitantes da pele. Nos partos naturais, os bebés adquirem bactérias ao passarem através da vagina da mãe. Ceda de 10 dias após o parto, vivem na pele do bebé cerca de 75 000 bactérias!
O suor com cheiro também é um dos sintomas mais frequentes e geralmente o primeiro a aparecer nos casos de puberdade precoce (adrenarca precoce). Esta, define-se pelo aparecimento de pêlo púbico e/ou nas axilas, suor com cheiro intenso antes dos 8 anos nas raparigas e dos 9 anos nos rapazes.
O que fazer para diminuir o odor nas axilas?
Excesso de peso, comer muitas cebolas, alho ou especiarias e algumas doenças específicas também podem fazer aumentar a produção de suor. Se a alteração do odor do suor da criança for súbito, poderá consultar o pediatra para ficar mais descansada. Contudo, a maior parte da bibliografia recomenda alguns cuidados simples para combater o odor nas axilas, nomeadamente:
1. Dar uma atenção extra à higiene
- Tomar banho todos os dias, lavando muito bem as axilas, pés (não esquecer a pele entre os dedos) e a zona púbica;
- Se o seu filho toma banho à noite, certifique-se que lava muito bem as axilas de manhã, antes de colocar o desodorizante;
- Mudar diariamente de roupa (interior e de camisa, por exemplo);
- Tomar banho após a prática de atividades desportivas ou brincadeiras ativas;
- Ter especial atenção à higiene pessoal no tempo quente ou quando a criança frequenta locais abafados;
- Levar toalhitas, desodorizante e uma roupa extra nas saídas (ou colocar na mochila quando o seu filho tem atividades ou passeios na creche / escola para que se possa refrescar);
- Não dramatizar e ensinar a criança a cuidar da sua higiene pessoal e a ter atenção ao odor nas axilas para que não fique exposta a comentários desagradáveis nem se isole devido ao problema;
- Estar atenta a outros sinais da puberdade que podem justificar alterações nas secreções.
2. Roupa em fibras naturais
- Usar roupa com fibras naturais (como o algodão) que absorvem melhor o suor do que as fibras sintéticas, fazendo com que se evapore mais rapidamente;
- Evitar usar roupas de fibras sintéticas (camisolas interiores, cuecas, bodys, camisas, t-shirts ou meias, por exemplo);
- Usar um detergente com ação antibacteriana e lavra a roupa com temperaturas elevadas para matar as bactérias que existem nos tecidos.
3. Alimentação
- Evitar comer alho, especiarias, caril e outros alimentos com odor forte porque são expelidos pelas glândulas.
4. Desodorizante
- Usar um desodorizante com alumínio (que mata as bactérias). Evite usar produtos formulados para adultos já que são mais agressivos para a pele. Existem opções infantis, com menos álcool e, por isso, com risco menor de causar irritações.