A papeira ou parotidite é uma doença causada por um vírus que se transmite entre pessoas através da saliva, da tosse ou de espirros e pode ocorrer em qualquer estação do ano. Apesar de raras, podem surgir complicações por infeção de outros órgãos, causando orquite, meningite e encefalite, e a criança deve ser vista pelo pediatra ao menor sintoma.
A papeira é uma inflamação das glândulas parótidas (parotidite) que resulta em inchaço e dor localizada na parte lateral do pescoço, por baixo das orelhas. Pode atacar os dois lados e causar febre. Em alguns casos, pode ocorrer inchaço dos testículos (orquide) com dor. A recuperação demora cerca de uma a duas semanas.
Papeira ou parotidite
Causas da papeira
A papeira é causada pelo vírus da papeira (Paramyxovirus da papeira, parente do vírus do sarampo), que se transmite de pessoa para pessoa através da tosse, espirros, saliva, ou através do contacto com objetos e superfícies contaminados.
Sintomas
- Início súbito de febre;
- Dores de cabeça e dores musculares;
- Falta de apetite;
- Mal-estar geral;
- Tumefacção das glândulas salivares (que pode causar dor a mastigar e a engolir o que leva a criança a recusar alimento);
- Inflamação nos testículos, ovários e outros órgãos.
Transmissão e contágio
A papeira é uma doença contagiosa durante um período que se inicia 48 horas antes e que termina 6 a 9 dias após o início do inchaço das glândulas. Os sintomas prolongam-se por cerca de 10 dias. Após infetada, a criança fica imunizada para o resto da vida contra o vírus da papeira.
O contágio pode ser feito via tosse, espirros, saliva, ou pelo contacto com objetos e superfícies contaminados. A criança não deverá ir para a escola até nove dias após o início dos primeiros sintomas.
Tratamento
O tratamento da papeira é sintomático e tem como objetivo baixar a febre e aumentar o conforto:
- Paracetamol (redução da febre e alívio do desconforto);
- Compressas mornas ou frias para proporcionar alívio da dor e do edema das glândulas parótidas;
- Dieta mole para reduzir a necessidade de mastigação, devendo evitar-se sumos de fruta e bebidas ácidas que estimulam as glândulas salivares o que agrava as dores;
- Compressas frias e apoio do escroto para reduzir a dor e o edema nos testículos.
A aspirina não deve ser utilizada nas crianças com papeira devido ao risco de síndrome de Reye, um quadro cerebral grave que se desenvolve em crianças que apresentam determinadas infeções virais e que foram tratadas com aspirina.
Não são necessários antibióticos (os antibióticos não são eficazes contra os vírus, apenas contra infeções provocadas por bactérias).
Complicações
As complicações da papeira são raras, mas pode ocorrer:
- Meningite asséptica;
- Meningoencefalite;
- Orquite (inflamação dos testículos, rara antes da adolescência, e quando ocorre raramente provoca esterilidade);
- Ovarite (inflamação dos ovários);
- Miocardite;
- Pancreatite;
- Surdez sensorial (geralmente unilateral, para sons altos e transitória);
- Mastite;
- Artrite.
Vacinação
A vacina contra a parotidite epidémica faz parte do Programa Nacional de Vacinação (VASPR: vacina contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola) sendo a administração da primeira dose recomendada aos 12 meses de idade com reforço entre os 5-6 anos.
Remédio natural para a papeira
As crianças afetadas pela papeira devem consumir mais líquidos do que o habitual, consumir alimentos suaves (como batidos de fruta natural, evitando-se tudo o que são citrinos) e gargarejar com água salgada.
Para fazer uma infusão para gargarejar colocar uma pitada de salva e outra de tomilho (em partes iguais) a ferver num copo de água mineral por cinco minutos. Deixar arrefecer, coar e oferecer à criança para gargarejar várias vezes ao dia.
Esta informação é meramente indicativa não pretendendo, em qualquer momento, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Em caso de dúvida quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação do seu médico ou farmacêutico.