O pé boto ou pé equinovaro congénito, é uma das deformidades congénitas mais comuns dos pés. As suas causas são não estão definidas, admitindo-se porém que poderá existir uma influência genética importante.
Pé boto
O pé boto desenvolve-se entre as 14 e as 18 semanas de gestação. Assim, às 20 semanas, e na maioria dos casos, o pé boto pode ser diagnosticado durante a ecografia morfológica realizada no segundo trimestre da gravidez.
A atividade dos genes responsáveis pela deformidade do pé boto estão ativos desde a 12ª à 20ª semana da gestação e essa atividade dura até os 3 a 5 anos de idade. Por este motivo, o tratamento do pé boto deve ser iniciado logo após o nascimento.
O objetivo principal do tratamento é corrigir a longo-prazo as superfícies articulares dos ossos que adquirem novamente a forma adequada e se posicionam na sua posição normal o que resulta num pé totalmente funcional, flexível, forte, sem dor e sem necessidade de calçado especial ou modificado.
Tratamento não-cirúrgico (tratamento conservador)
De acordo com a informação disponibilizada pelo Hospital Central do Funchal, “A maioria dos Ortopedistas defende que o tratamento inicial do pé boto deve ser conservador. Na última década, o Método de Ponseti, aplicado em Iowa desde 1948, tem vindo a merecer um grande interesse da comunidade científica. Um estudo recente demonstra que esta técnica permite a correção da deformidade em 97,5% dos casos, evitando assim cirurgias extensas.”
O tratamento do pé boto deve ser iniciado logo após o nascimento. O tratamento cirúrgico corretivo pode ser indicado para os casos em que o tratamento conservador não é eficaz. No entanto, a taxa de correção do pé boto e a obtenção e manutenção do alinhamento ósseo é elevada.
Método de Ponseti
O método de Ponseti consiste na manipulação semanal do pé, com aplicação de gesso em todo o membro inferior, com o pé em abdução. Os ossos mal posicionados são, assim, gradualmente trazidos para o alinhamento correto com as suas superfícies articulares progressivamente remodeladas.
Não devem ser necessários mais de dez gessos para a obtenção da correção máxima, uma vez que o excesso de manipulação e imobilização pode danificar as estruturas ósseas.
Em alguns casos é necessária também a realização da tenotomia percutânea do tendão de Aquiles. Após esta primeira fase é mandatório o uso da ortótese de abdução do pé.
Método Francês
O método Francês continua a ser utilizado em alguns países e consiste em manipulações diárias do pé com estimulação dos músculos, seguidas de imobilização com adesivos.
Esta informação não substitui a observação e as indicações do pediatra que deve ser consultado sempre que observar algum sintoma no seu filho que sugira que não está bem de saúde.
Bibliografia: http://www.ortopediamadeira.org/pe_boto.htm