A pandemia que assola o mundo desde o final de 2019 veio reforçar a importância da higiene. Em conjunto com a frequente higienização das mãos e espaços, foram propostas pelos governos de diversos países – e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – outras medidas adicionais como o uso de máscara ou viseira e o distanciamento de 1,5m a 2m entre as pessoas. O objetivo é o de travar a rápida propagação do vírus.
Apesar de as máscaras e viseiras serem apenas obrigatórias para maiores de dez anos em contextos que não permitam manter a distância de segurança de outras pessoas, há famílias que optaram por comprar máscaras e/ou proteções faciais, como viseiras, para os mais pequenos.
No entanto, as máscaras e outros materiais de proteção individual são desaconselhadas pelo menos até aos dois anos de idade devido ao elevado risco de asfixia e estrangulamento e morte por engasgamento. Além disso, o seu uso em crianças pequenas pode comprometer a amamentação, uma vez podem representar um obstáculo para a mãe durante este período.
Para as crianças com mais de três anos que questionam a razão pela qual devem ter mais cuidados agora, é aconselhável que os pais se foquem na questão dos micróbios e da explicação de como se propagam.
De recordar que as máscaras ou objetos de proteção facial para crianças com idade igual ou superior a 10 anos devem ser utilizadas somente em contextos que não permitam a devida distância de segurança, como sucede na escola, jardim de infância, transportes públicos ou alguns espaços fechados, como supermercados e museus.
Por outro lado, há locais em que o seu uso não está indicado, como em casa (desde que não haja nenhum membro do agregado familiar infetado) e ao ar livre, desde que seja mantida a distância de segurança das restantes pessoas. Ao usar máscara, estamos a inspirar o dióxido de carbono que expiramos e parte fica retido na máscara, o que pode dar dores de cabeça fortes ao fim de algum tempo com este equipamento de proteção.
Medidas de proteção para os bebés
Para os recém-nascidos e bebés, a OMS recomenda outras medidas, tais como:
- Evitar as visitas à mãe e ao recém-nascido. Se, por acaso, acontecerem, é fulcral que se mantenha o distanciamento, seja usada máscara e haja uma higienização mãos frequente e adequada;
- Evitar contacto público desnecessário;
- Não andar de colo em colo;
- Mães com sintomas respiratórios ou que tenham tido contacto com pessoas em estados gripais devem usar máscara e lavar/desinfetar frequentemente as mãos;
- Promover a limpeza das superfícies mais usadas (maçanetas, interruptores de luz e objetos eletrónicos, como os tablets e telemóveis);
- Assegurar um ambiente limpo, livre de humidade e cheiros intensos;
- Manter a vacinação das pessoas em contato próximo com a criança seguindo as normal do Plano Nacional de Vacinação.
Resumindo, há que ter cuidados sim, mas sem cair em exageros. Como mencionámos uso desadequado de máscaras ou outras proteções faciais para crianças pode ter consequências graves. Existem muitas outras formas de proteger as crianças. O mais importante é que compreendam a importância de lavar as mãos com frequência. Além disso, nas crianças mais crescidas há que lhes explicar também a importância de espirrar ou tossir para o cotovelo e a razão pela qual não devem estar tão perto de outras pessoas como até agora. E lembre-se de lhes dizer que isto é temporário e que estes pequenos gestos podem fazer muita diferença.